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Decisão pode dificultar novas ações
DA REPORTAGEM LOCAL
A vida das mulheres que desejarem interromper a gravidez de fetos sem cérebro poderá ficar mais
complicada, avaliam advogados e
especialistas que acompanham a
batalha judicial sobre o assunto.
A decisão do STF de cassar a liminar que havia liberado a interrupção da gravidez nos casos de
anencefalia poderá influenciar
juízes e promotores -que vinham, em sua maioria, autorizando os abortos.
"Complica mais. É um aceno de
diretriz o que o STF decidiu ontem [anteontem]", afirmou o presidente da seção paulista da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D'Urso.
"A situação está piorada, mesmo os pedidos de primeira instância poderão não passar", diz a
advogada Adriana Gragnani, que
trabalha para a organização Católicas pelo Direito de Decidir.
O professor de direito da USP
Dalmo de Abreu Dallari disse que
a decisão não é vinculante e não
inviabiliza novos pedidos de liminar, caso a caso.
"É uma influência moral, mas a
maioria apertada [na votação do
STF] não encerra a discussão",
opinou Dallari.
Satisfação
A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou
nota em que afirma ter acolhido
com satisfação a decisão do STF.
"A nova decisão reafirma o princípio do pleno respeito à dignidade e à vida do ser humano, não
importando o seu estágio de desenvolvimento (...)", diz o texto.
O arcebispo de Mariana (MG),
dom Luciano Mendes de Almeida, afirmou que houve "o reconhecimento da vida humana,
mesmo quando essa vida é portadora de grave deficiência ou defeito congênito."
(FABIANE LEITE E CONRADO CORSALETTE)
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