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ADMINISTRAÇÃO
Proposta mantém número de isentos e será enviada à Câmara na próxima semana; especialistas contestam
Prefeitura de SP quer reajuste de 8,5% para IPTU de 2004
DO "AGORA"
A Prefeitura de São Paulo envia
na próxima segunda-feira um
projeto de lei à Câmara Municipal
para reajustar o IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano) a ser
cobrado em 2004. Na prática, se o
texto for aprovado sem alterações, todos os contribuintes deverão desembolsar, no próximo
ano, 8,5% a mais do que gastaram
neste ano com o imposto.
Para chegar ao valor do imposto
a pagar, o contribuinte teria de
aplicar 8,5% sobre o atual valor
venal do imóvel, ajustar as faixas
de cobrança pelo mesmo índice e
aplicar as alíquotas progressivas.
Mas, para evitar que o reajuste supere o índice sugerido pela prefeitura -no ano passado, o reajuste
de 7% na Planta Genérica de Valores levou a aumento de até
250% no imposto a pagar-, o
projeto traz um artigo que estabelece que todos os contribuinte
-1,8 milhão- pagarão exatos
8,5% a mais do que em 2003.
"O IPTU será atualizado em
8,5% para todo mundo. É a estimativa da inflação", afirmou o
chefe de gabinete da Secretaria
Municipal das Finanças, Carlos
Fernando Costa. O critério de reajuste -usando o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)-
é considerado inconstitucional
por tributaristas.
Segundo Costa, o número de
isentos -cerca de 1 milhão- será mantido. Para isso, a faixa de
isenção também será atualizada
em 8,5%. Hoje o benefício vale para os imóveis residenciais de até
R$ 50 mil e os comerciais de até
R$ 20 mil. Com a mudança, ficarão isentos os imóveis com valor
venal de até R$ 54.250 e R$ 21.700,
respectivamente.
Também não está prevista alteração para o caso dos contribuintes que têm descontos parciais
-cerca de 800 mil, cujos imóveis
custam entre R$ 50 mil e R$ 100
mi. Para manter o benefício, os
valores serão reajustados para R$
54.250 e R$ 108.500.
Na opinião da prefeitura, o reajuste -com a trava- não acarretará distorções.
Especialistas em direito tributário e imobiliários, porém, criticam a proposta de atualizar linearmente o valor venal dos imóveis. "Os imóveis não valorizaram
nessa proporção [8,5%]. Alguns
sofreram até desvalorização. Estamos em tempos de crise econômica", diz o conselheiro da OAB-SP em direito imobiliário, Amílcar Navarro.
O tributarista Ruben José Marone, do escritório Gandra Martins,
afirma que o reajuste pelo índice
oficial de inflação -o IPCA- é
inconstitucional.
O chefe de gabinete da Secretaria Municipal das Finanças, Carlos Fernando Costa, diz que todos
os tributos da prefeitura são reajustados de acordo com o IPCA, o
que é previsto em lei municipal.
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