São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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EDUCAÇÃO
Projeto reforça ensino de ciências para alunos da rede pública
USP "caça" cientistas entre estudantes de São Carlos


CLÁUDIA COLLUCCI
da Reportagem Local

Um projeto da USP São Carlos pretende detectar entre os alunos da rede pública da cidade futuros talentos científicos. A idéia é reunir em classes especiais alunos com vocação para as áreas científicas e tecnológicas.
A experiência começa no próximo ano letivo e será desenvolvida com um grupo de 40 alunos da primeira série do ensino médio (ex-2º Grau) da Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos.
Os alunos selecionados concluíram o ensino fundamental na escola e demonstraram grande interesse pela área científica.
Segundo a professora Yvonne Primerano Mascarenhas, vice-coordenadora do Instituto de Estudos Avançados da USP-São Carlos, o projeto dá oportunidade para que os alunos aperfeiçoem seus conhecimentos, entrem na universidade com melhor preparo e iniciem mais cedo suas carreiras científicas.
Os alunos vão estudar no período da manhã e seguirão normalmente a grade curricular proposta para o ensino médio.
A diferença é que as aulas terão mais ênfase nas disciplinas de matemática, física, química, português, inglês e informática. Duas vezes por semana, eles terão aulas de reforço à tarde.

Professores
Os professores que vão trabalhar no projeto estão sendo orientados por profissionais da USP.
Yvonne diz que a idéia é fornecer aos alunos um conhecimento integrado. "Eles vão descobrir que as disciplinas estão interligadas. A matemática vincula problemas da física e assim por diante", diz.
Segundo ela, os alunos devem continuar em salas especiais até o fim do ensino médio. Para Yvonne, todos os alunos interessados em carreiras científicas deveriam ter a oportunidade de chegar à universidade com uma formação mais profunda em ciências exatas e biológicas.
O projeto que será desenvolvido em São Carlos é semelhante ao Science High School, programa existente nos Estados Unidos por meio do qual os alunos já definem uma área de maior interesse antes de ingressar na universidade.
Yvonne diz que esse mesmo modelo de ensino existia no Brasil até meados da década de 60, quando o ensino médio era formado por três tipos de cursos: clássico, voltado para a área de humanas, científico e normal, que formava as professoras primárias.
Apesar de ter data certa para começar, o projeto ainda esbarra na falta de recursos para a compra de livros didáticos.
Sem ajuda externa, a equipe da USP espera contar com doações para conseguir comprar livros científicos destinados ao projeto.

Seleção
Segundo Elisabeth Aparecida Andreossi Chiari, 45, diretora da escola onde o projeto será implantado, a expectativa é que essa experiência seja ampliada em 2001. "O projeto serve de motivação tanto para os alunos quanto para os professores, que precisam de maior capacitação técnica."
Ela afirma que não foi necessária a seleção de alunos. "Todos os interessados na área de exatas foram integrados ao grupo", diz.
Segundo a diretora, a relação da escola com a universidade existe há algum tempo. Os alunos já recebem orientação em informática do centro de computação da USP.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail yvonne@if.sc.usp.br


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