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EDUCAÇÃO
Projeto reforça ensino de ciências para alunos da rede pública
USP "caça" cientistas entre estudantes de São Carlos
CLÁUDIA COLLUCCI
da Reportagem Local
Um projeto da USP São Carlos
pretende detectar entre os alunos
da rede pública da cidade futuros
talentos científicos. A idéia é reunir em classes especiais alunos
com vocação para as áreas científicas e tecnológicas.
A experiência começa no próximo ano letivo e será desenvolvida
com um grupo de 40 alunos da
primeira série do ensino médio
(ex-2º Grau) da Escola Estadual
Sebastião de Oliveira Rocha, em
São Carlos.
Os alunos selecionados concluíram o ensino fundamental na escola e demonstraram grande interesse pela área científica.
Segundo a professora Yvonne
Primerano Mascarenhas, vice-coordenadora do Instituto de Estudos Avançados da USP-São
Carlos, o projeto dá oportunidade
para que os alunos aperfeiçoem
seus conhecimentos, entrem na
universidade com melhor preparo e iniciem mais cedo suas carreiras científicas.
Os alunos vão estudar no período da manhã e seguirão normalmente a grade curricular proposta
para o ensino médio.
A diferença é que as aulas terão
mais ênfase nas disciplinas de matemática, física, química, português, inglês e informática. Duas
vezes por semana, eles terão aulas
de reforço à tarde.
Professores
Os professores que vão trabalhar no projeto estão sendo orientados por profissionais da USP.
Yvonne diz que a idéia é fornecer aos alunos um conhecimento
integrado. "Eles vão descobrir
que as disciplinas estão interligadas. A matemática vincula problemas da física e assim por diante", diz.
Segundo ela, os alunos devem
continuar em salas especiais até o
fim do ensino médio. Para Yvonne, todos os alunos interessados
em carreiras científicas deveriam
ter a oportunidade de chegar à
universidade com uma formação
mais profunda em ciências exatas
e biológicas.
O projeto que será desenvolvido
em São Carlos é semelhante ao
Science High School, programa
existente nos Estados Unidos por
meio do qual os alunos já definem
uma área de maior interesse antes
de ingressar na universidade.
Yvonne diz que esse mesmo
modelo de ensino existia no Brasil
até meados da década de 60,
quando o ensino médio era formado por três tipos de cursos:
clássico, voltado para a área de
humanas, científico e normal, que
formava as professoras primárias.
Apesar de ter data certa para começar, o projeto ainda esbarra na
falta de recursos para a compra de
livros didáticos.
Sem ajuda externa, a equipe da
USP espera contar com doações
para conseguir comprar livros
científicos destinados ao projeto.
Seleção
Segundo Elisabeth Aparecida
Andreossi Chiari, 45, diretora da
escola onde o projeto será implantado, a expectativa é que essa
experiência seja ampliada em
2001. "O projeto serve de motivação tanto para os alunos quanto
para os professores, que precisam
de maior capacitação técnica."
Ela afirma que não foi necessária a seleção de alunos. "Todos os
interessados na área de exatas foram integrados ao grupo", diz.
Segundo a diretora, a relação da
escola com a universidade existe
há algum tempo. Os alunos já recebem orientação em informática
do centro de computação da USP.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail yvonne@if.sc.usp.br
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