|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Cistinose tem acompanhamento
Exame ajuda
pacientes de doença rara
da Reportagem Local
O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo
passou a oferecer um exame que
ajuda no tratamento de pacientes
com cistinose, uma doença genética rara, que atinge principalmente crianças. Esse é o primeiro
hospital da América Latina a tornar disponível o serviço.
A cistinose se desenvolve em
pessoas com uma alteração em
um cromossomo (estrutura que
aloja os genes, responsáveis pelas
características hereditárias). O organismo de portadores dessa falha deixa de produzir uma proteína responsável pelo transporte de
substâncias entre as células.
O resultado disso é o acúmulo
de um aminoácido chamado cistina -presente nos alimentos e
absorvido pelo organismo- no
interior das células. O acúmulo
dessa substância causa a formação de cristais dentro das células,
que não se dissolvem e acabam
comprometendo muitos órgãos,
podendo levar à insuficiência renal e hepática. Também podem
atingir o sistema nervoso e matar.
O exame do Instituto da Criança consiste na verificação da dosagem da cistina nos leucócitos
(glóbulos brancos do sangue) do
paciente que toma a medicação
para a doença. Esse exame é utilizado em países europeus e nos Estados Unidos. A dosagem de leucócitos deve ser feita a cada três
meses para monitorar a eficácia
do medicamento.
Existe apenas uma droga capaz
de dissolver os cristais das células,
a cysteamine, usada há dez anos
nos Estados Unidos e na Europa.
No Brasil, pacientes importam o
medicamento, que chega a custar
US$ 400 mensais.
O diagnóstico precoce da doença pode ser realizado ainda com o
feto no útero, com a análise do líquido amniótico da gestante. Famílias com histórico familiar devem se submeter ao exame.
A unidade de nefrologia do Instituto da Criança está contatando
centros de nefrologia do país para
cadastrar todos os pacientes. A
equipe pretende enviar o levantamento ao Ministério da Saúde,
que estuda distribuir a droga pelo
SUS. Não há estimativas sobre a
doença no Brasil. No Instituto da
Criança, há 20 pacientes sendo
atendidos. Na Europa, existem
cerca de 800 portadores e, nos Estados Unidos, 400.
(PRISCILA LAMBERT)
Texto Anterior: RS decide proibir trote em escolas Próximo Texto: Tratamento de câncer: Rede pública de SP sofrerá auditoria Índice
|