|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo distribuirá livros para recém-alfabetizado
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério da Educação informa que terá duas iniciativas
principais para garantir que os recém-alfabetizados no programa
Brasil Alfabetizado, que se propõe
a erradicar o analfabetismo em
quatro anos, não voltem a engrossar as estatísticas de analfabetos
no futuro. Segundo os cálculos do
governo, 3 milhões de brasileiros
foram alfabetizados neste ano.
O primeiro programa é a distribuição de livros pelo Projeto Leituração, cujo objetivo é estimular
o hábito de leitura entre os recém-alfabetizados. O segundo, mais
complexo, é a garantia de que os
que concluíram cursos de alfabetização continuem estudando.
"É líquido e certo que não podemos considerar seis meses de alfabetização [tempo médio dos cursos do Brasil Alfabetizado] como
suficientes para resolver definitivamente o problema. Nós não arredaremos o pé para garantir que
todo recém-alfabetizado tenha
continuidade nos estudos", afirmou o secretário extraordinário
de erradicação do analfabetismo
do ministério, João Luiz Homem
de Carvalho.
Segundo ele, no entanto, como é
impossível obrigar todos os recém-alfabetizados a continuarem
estudando, o ministério pretende
estimular o hábito da leitura entre
aqueles que não demonstrarem
interesse em continuar seus estudos em sala de aula.
O secretário estima que 40%
dos recém-alfabetizados não vão
querer prosseguir nos estudos.
Segundo Carvalho, eles serão justamente o principal alvo do Projeto Leituração.
Por meio do projeto, o governo
vai distribuir aos recém-alfabetizados livros em versões mais simples. Os três primeiros exemplares da coleção são "Escrava Isaura", de Bernardo Guimarães,
"Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, e "Garibaldi e Manuela: uma História de
Amor", de Josué Guimarães.
Para incentivar os recém-alfabetizados a ler, o governo está formando carteiros dos Correios
-que entregarão os livros- para servirem como agentes incentivadores da leitura.
Carvalho disse que o governo
pretende, até o fim do mandato
do presidente Lula, em 2006, criar
100 mil bibliotecas domiciliares,
que funcionarão em casas de família de baixa renda, para atender
toda a comunidade.
O secretário reconhece, no entanto, que o principal desafio a ser
enfrentado nos próximos anos é
garantir a continuidade dos estudos dos que se alfabetizaram no
Brasil Alfabetizado. "O poder público terá que se preparar para absorver esse pessoal. Estamos acelerando na retaguarda e criando
um problemão gostoso de resolver", afirmou.
Ele aponta como item importante para resolver o problema da
demanda que poderá ser criada a
aprovação do Fundeb, que tem
como objetivo redistribuir recursos de todo o ensino básico (da
educação infantil à educação de
jovens e adultos) de modo a garantir um gasto mínimo por aluno em todos os Estados.
Texto Anterior: "Conheço os ônibus pela cor", diz garçom Próximo Texto: Moacyr Scliar: Os brinquedos em seu limbo Índice
|