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ADMINISTRAÇÃO
Proposta do líder de Marta quer regularizar negócios em áreas com restrição a lojas
Anistia a comércio divide petistas
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT municipal decidiu liberar
os vereadores para votar como
quiserem o projeto de lei do vereador José Mentor (PT), líder do
governo Marta Suplicy, que anistia o comércio irregular nos corredores de uso especial.
Isso porque a regularização proposta por Mentor ao comércio
clandestino que ocupa atualmente os corredores -ruas e avenidas que cortam bairros residenciais nas quais há restrição à atividade comercial- dividiu a bancada petista na Câmara.
Dos 16 parlamentares, cinco
manifestaram-se contra, e dois
ainda não se manifestaram.
Caso o partido fechasse posicionamento a respeito do projeto segundo o voto da maioria, os contrários à aprovação poderiam sofrer punições do diretório.
A anistia ao comércio clandestino dos corredores está na relação
de 13 projetos considerados prioritários pela prefeita Marta Suplicy, que usou essa lista para justificar a convocação das sessões
extraordinárias neste mês.
"Eu mesmo não entendo por
que esse projeto tornou-se prioritário para o Executivo", disse, ontem, o vereador Nabil Bonduki,
um dos principais opositores à
proposta de Mentor.
Segundo o líder da bancada petista na Câmara, João Antônio, favorável ao projeto, o governo buscará nos outros partidos o número de votos que faltam dentro do
PT para aprová-lo.
São necessários 33 votos, do total de 55 vereadores, para fazer a
anistia virar lei. A primeira alteração proposta no ano para a Lei de
Zoneamento exige o apoio de
60% dos parlamentares, segundo
o regulamento da Câmara.
Anteontem foi o único dia na
Câmara Municipal no qual o número de vereadores presentes superou os 33 votos. O quórum foi
de 38 parlamentares. Ontem, caiu
para 32. A média tem sido de 28.
Porém esse número inclui parte
da bancada tucana, que vota contrária ao projeto. O PSDB tem oito
vereadores na Câmara Municipal,
dos quais três não interromperam
o recesso para prestigiar as sessões extraordinárias.
A situação fez com que Mentor
mudasse o discurso otimista em
relação ao projeto. Ao invés de tê-lo como aprovado, ontem, ele já
afirmava que o fato "dependeria
do andamento da pauta".
Alvará provisório
As críticas que os parlamentares
petistas fazem ao projeto concentram-se no fato de que a anistia
proposta trata do problema de
maneira superficial e provisória,
além de não estar afinado com as
discussões urbanísticas propostas
pela própria prefeitura.
O projeto propõe a concessão
de um alvará provisório aos estabelecimentos irregulares instalados nos corredores de uso especial. O documento seria concedido mediante pagamento de taxa
proporcional ao tempo de clandestinidade e valeria até a aprovação da nova Lei de Zoneamento.
Segundo o Plano Diretor, a nova
legislação teria de ser aprovada
pela Câmara até o dia 30 de abril.
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