São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2011 |
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Barcelona remodela zona industrial Galpões abandonados do século 19 foram ocupados por empresas e escolas de tecnologia ROBERTO DIAS EDITOR-ADJUNTO DE MERCADO Um bairro de Barcelona mais parece hoje um oásis de andaimes no meio da crise que derrubou a construção civil da Espanha. Em meio à poeira e ao bate-estaca, porém, Poblenou não só conseguiu preservar sua arquitetura industrial como vai reativar uma chaminé dos velhos tempos. O distrito foi um importante "pulmão industrial" espanhol no século 19. Por ali passou a primeira linha de trem do país, e lá se concentrou primeiro a indústria têxtil, depois a metalúrgica. O fenômeno lhe rendeu o apelido de "Manchester catalã". A decadência econômica na segunda metade do século 20 levou o bairro a uma espécie de isolamento. Nos guias turísticos, Poblenou escorregou para as seções de "fora do centro". Na virada dos anos 2000, Barcelona decidiu transformar a área. A ideia era que os quarteirões cheios de galpões fabris decadentes ou abandonados fossem ocupados por empresas e escolas de tecnologia e de mídia. O projeto de renovação, que deve ser estender por mais uma década, foi batizado de "22@" -o número é uma espécie de "homenagem" ao código de zoneamento industrial antigo. Depois de muita pressão dos moradores do bairro, a prefeitura fez um plano que permitiu preservar mais de uma centena de "elementos históricos", a maioria deles chaminés e fachadas de fábricas antigas, por dentro inteiramente reconstruídas. Um galpão onde se branqueava tecido é hoje a biblioteca do bairro. Uma fábrica têxtil deu lugar ao centro cívico. Em outra, a Universidade de Barcelona instalou um de seus campus. Ao redor dos vários edifícios preservados, ergueram-se novos prédios, modernosos, como a Torre Agbar, de Jean Nouvel, hoje um símbolo da cidade. Apesar de receber muitos elogios, o projeto não eximiu o poder público de críticas. Moradores da região acham que a preservação deveria ter sido ainda mais extensa. "Tem de haver equilíbrio", rebate Aurora López, diretora de urbanismo do bairro. Uma das chaminés das antigas indústrias vai voltar a expelir fumaça neste ano. É justamente a torre de 36 metros que aparece na foto acima. Ela fazia parte de uma fábrica têxtil fundada em 1877 e foi preservada no meio de um campus da Universidade Pompeu Fabra. Texto Anterior: Análise antigas fábricas de São Paulo: Valor do patrimônio ainda é subestimado Próximo Texto: Há 50 anos Índice | Comunicar Erros |
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