São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2011

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MARINHA COUTO MAUAD (1921-2011)

As joias e os cobertores de Marinha

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Santa Marinha era o nome do vilarejo português de onde um imigrante saiu com destino ao Brasil. Quando ele teve uma filha em 1921, em Sales Oliveira (SP), quis homenagear sua terra e chamou de Marinha a menina.
O resultado foi que, sempre que Marinha Couto Mauad dizia seu nome, muitos acreditavam ser apelido.
Ainda bebê, ela se mudou com a família para São Joaquim da Barra (SP). Lá, conheceria o marido, José Mauad, o Zezeta. Casaram-se em 1938 e, três anos depois, ele abriu a fábrica de calçados Mauad, conhecida pelas botinas que produzia.
Por 17 anos, Zezeta foi também vereador, chegando a presidir a Câmara Municipal.
Tiveram seis filhos. A última ela teve aos 44 anos. Chamava os filhos (e depois os netos) de "joias", pois dizia considerá-los como tesouro.
Adorava crianças. Na fábrica, organizava sempre, no Dia da Criança, uma festa em que distribuía presentes.
Nos anos 50, diz a família, participou de uma promoção desta Folha, mandando uma foto do filho de três anos. A imagem foi escolhida e, como prêmio, virou um pôster, que Silvio, o menino da foto, expõe em casa até hoje.
Marinha também presidiu o Roupeiro de Santa Rita e distribuía roupas e cobertores aos que necessitavam.
Era muito antenada. Ultimamente, estava admirada com o Skype, programa de comunicação pela internet, e com o GPS usado pela filha.
A fábrica de sapatos fechou no fim dos anos 80. Em 2000, ela perdeu o marido. Na terça (11), morreu aos 89, de câncer. Teve seis filhos, 12 netos e duas bisnetas.

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