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EDUCAÇÃO
Após 19 dias de aula, escolas municipais enviam listas a pais, gerando crítica; prefeitura diz que está dentro do prazo
Em SP, material ainda não chegou a alunos
DO "AGORA"
A entrega gratuita de material
escolar a alunos da rede municipal de ensino, um dos principais
exemplos utilizados pela prefeita
Marta Suplicy (PT) ao fazer propaganda de seu desempenho no
setor da educação em São Paulo,
ainda não foi feita nas escolas da
capital, apesar de as aulas terem
começado há 19 dias.
O motivo do atraso na entrega é
o trâmite do processo licitatório,
ainda em andamento e dentro do
prazo, de acordo com a Secretaria
Municipal da Educação.
Segundo diretores de unidades
do Jabaquara (zona sul), o material já foi solicitado à coordenadoria de ensino da região. Por não
terem recebido os kits com os
produtos, algumas escolas já encaminharam aos pais listas do
material necessário.
A dona-de-casa Renata Gonçalves Penha, 29, teve de gastar R$ 50
para a compra do material escolar
básico para os seus dois filhos, Paloma, 6, e Victor, 4 -ambos estudantes da Emei Casimiro de
Abreu, no Jabaquara.
No ano passado, ela conseguiu
economizar essa quantia, já que
os seus filhos receberam da prefeitura um kit com mochila, cadernos, lápis, giz de cera, canetas,
borracha e régua.
"Não tenho dinheiro para comprar todo o material escolar. Se
não fosse a minha patroa, meus filhos estariam sem caderno nem
lápis. A Marta [Suplicy] fez tanta
propaganda disso. E agora?", reclamou a empregada doméstica
Janete de Souza, 32. Seus filhos Jane Iara, 9, e Jackson, 6, estudam,
respectivamente, na Emef Armando Arruda Pereira e na Emei
Casimiro de Abreu, também no
bairro Jabaquara.
Exigência
Nas listas de material escolar necessário que Janete de Souza recebeu, constam papel sulfite, cadernos, apontador, tubos de cola e
pastas com elástico. A relação entregue aos pais ainda orienta que
todo o material deve ser encapado
e etiquetado.
Janete de Souza morava, até o
ano passado, em Cidade Ademar.
Lá, não conseguiu vaga em escolas municipais para o seu filho
Jackson. "Como não consegui perua grátis nem escola para ele,
mudei para o Jabaquara."
Ela se diz revoltada. "Gasto
R$ 380 só de aluguel. É quase todo
o meu salário [R$ 500]. Não dá
para ainda ter de comprar material escolar", afirma.
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