São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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Após Carnaval, banheiro tipo "fraldão" pode continuar no RJ

Prefeitura estuda manter mictórios públicos que causaram polêmica na cidade

Abertos, equipamentos têm só uma portinha que cobre o quadril do usuário; 342 pessoas foram detidas no Carnaval por urinar na rua

AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura do Rio estuda manter em utilização na cidade os polêmicos banheiros públicos móveis usados experimentalmente durante o Carnaval.
Ao contrário dos modelos tipo "casinha" já conhecidos -e odiados pelos foliões, devido às filas e ao mau cheiro-, os "fraldões", apelido dado pelos cariocas, têm só uma portinha que cobre o quadril e um buraco para a "mira" dos usuários.
Na tentativa de coibir o xixi nas ruas, a prefeitura recebeu 30 módulos (com quatro mictórios cada um) grátis para testar -apesar dos "fraldões", 342 pessoas foram detidas no Carnaval por urinar na rua.
O modelo, holandês, é chamado de Kros pela empresa Patent7.000. Além de não usar produtos químicos, aproveita melhor o espaço que um banheiro químico: um módulo ocupa 1,15 m2 e tem quatro mictórios. A capacidade é de 450 litros de urina -cerca de 1.500 "micções individuais".
As 30 unidades usadas na cidade ganharam a portinha (não existente no original, comum na Europa) "por questões culturais", segundo o representante da empresa no Brasil. A porta à brasileira rendeu tantos comentários que deve ser ampliada pelo fabricante para cobrir até o meio das costas.
"É como se ali dentro fosse difícil, escandaloso, e no meio da rua, não", diz o estilista Carlos Tufvesson, que já viu (e usou) muitos Kros em Amsterdã. Lá, o banheiro é conectado diretamente ao esgoto. "É mais higiênico, você não precisa encostar em nada, e é mais ágil."
Um dos problemas dos "fraldões" é o fato de não serem indicados para mulheres.
No Carnaval, algumas delas até se aventuraram. Em Ipanema, a funcionária pública californiana Astara Blackwood, 33, pela primeira vez no Brasil, aderiu. Com a sétima cerveja da tarde na mão, ela entrou no local em "marcha à ré", fechou a portinhola e, de frente para a praça lotada de foliões incrédulos, fez xixi no novo banheiro.
Para o Carnaval de 2011, a promessa é ampliar o número para 5.000 banheiros ao todo -com estimativa de superar os 3,5 milhões de usuários deste ano. A partir de março, o produto será fabricado no Brasil em parceria com duas empresas nacionais.


Colaborou PAULO SAMPAIO .


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