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Após Carnaval, banheiro tipo "fraldão" pode continuar no RJ
Prefeitura estuda manter mictórios públicos que causaram polêmica na cidade
Abertos, equipamentos têm só uma portinha que cobre
o quadril do usuário; 342 pessoas foram detidas no Carnaval por urinar na rua
AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO
A Prefeitura do Rio estuda
manter em utilização na cidade
os polêmicos banheiros públicos móveis usados experimentalmente durante o Carnaval.
Ao contrário dos modelos tipo "casinha" já conhecidos -e
odiados pelos foliões, devido às
filas e ao mau cheiro-, os "fraldões", apelido dado pelos cariocas, têm só uma portinha que
cobre o quadril e um buraco para a "mira" dos usuários.
Na tentativa de coibir o xixi
nas ruas, a prefeitura recebeu
30 módulos (com quatro mictórios cada um) grátis para testar -apesar dos "fraldões", 342
pessoas foram detidas no Carnaval por urinar na rua.
O modelo, holandês, é chamado de Kros pela empresa Patent7.000. Além de não usar
produtos químicos, aproveita
melhor o espaço que um banheiro químico: um módulo
ocupa 1,15 m2 e tem quatro mictórios. A capacidade é de 450 litros de urina -cerca de 1.500
"micções individuais".
As 30 unidades usadas na cidade ganharam a portinha (não
existente no original, comum
na Europa) "por questões culturais", segundo o representante da empresa no Brasil. A
porta à brasileira rendeu tantos comentários que deve ser
ampliada pelo fabricante para
cobrir até o meio das costas.
"É como se ali dentro fosse
difícil, escandaloso, e no meio
da rua, não", diz o estilista Carlos Tufvesson, que já viu (e
usou) muitos Kros em Amsterdã. Lá, o banheiro é conectado
diretamente ao esgoto. "É mais
higiênico, você não precisa encostar em nada, e é mais ágil."
Um dos problemas dos "fraldões" é o fato de não serem indicados para mulheres.
No Carnaval, algumas delas
até se aventuraram. Em Ipanema, a funcionária pública californiana Astara Blackwood, 33,
pela primeira vez no Brasil,
aderiu. Com a sétima cerveja
da tarde na mão, ela entrou no
local em "marcha à ré", fechou
a portinhola e, de frente para a
praça lotada de foliões incrédulos, fez xixi no novo banheiro.
Para o Carnaval de 2011, a
promessa é ampliar o número
para 5.000 banheiros ao todo
-com estimativa de superar os
3,5 milhões de usuários deste
ano. A partir de março, o produto será fabricado no Brasil
em parceria com duas empresas nacionais.
Colaborou PAULO SAMPAIO .
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