DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

As chuvas que atingiram a cidade de São Paulo neste mês já bateram o recorde de maior volume de água em comparação com todos os meses de março desde 1943, ano em que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) começou a fazer o registro. O acumulado no mês, até as 9h de ontem, era de 480,3 mm -1 mm equivale a um litro de água numa área de 1 m2.
O índice supera em duas vezes e meia a média histórica do mês.
O temporal de ontem castigou principalmente os bairros do Butantã e do Morumbi (zona oeste). Pessoas ficaram ilhadas na avenida Ministro Laudo Ferreira de Camargo, na rua Poetisa Colombina e na Augusto Perrone, todas no Butantã. Uma árvore caiu sobre um veículo na rua José Viriato de Castro. Ninguém se feriu.
No Morumbi, a queda de uma árvore na avenida Giovanni Gronchi causou engarrafamento. O Centro de Gerenciamento de Emergências registrou 17 pontos de alagamento -três deles na marginal Pinheiros, o que causou congestionamento por volta das 18h30. No entanto, o índice de lentidão nesse horário -de 95 km- ficou abaixo da média, que é de 100 km, segundo a CET.
O CGE colocou as regiões norte e oeste de São Paulo em estado de atenção -que indica o risco de alagamentos- das 14h55 até as 17h50.

Curitiba
O Corpo de Bombeiros resgatou ontem, no rio Barigüi, o corpo de um menino de quatro anos que escapou do colo da mãe e foi arrastado pela enxurrada, anteontem, em Curitiba.
Ilma de Oliveira saiu com o filho, Bruno, no colo quando sua casa, na região oeste da cidade, começou a ser inundada durante uma tempestade. Ela tentava atravessar uma ponte com o menino quando ambos acabaram caindo na água. A criança se desprendeu dos braços dela e foi arrastada pela correnteza.
A mãe disse que tentou em vão alcançá-la. As buscas dos bombeiros foram interrompidas à noite e retomadas ontem, pela manhã.
Segundo o tenente da Defesa Civil Leonardo Mendes dos Santos, o corpo do menino foi encontrado a cerca de mil metros da ponte.
A tempestade registrada na tarde de anteontem em Curitiba provocou inundação em sete bairros do norte e do oeste da cidade.
Criticada pela falta de obras para evitar alagamentos, a prefeitura atribuiu o problema à intensidade da precipitação da chuva em apenas meia hora.