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Especialistas questionam o método
DA REVISTA DA FOLHA
A filosofia para se tornar
oficial do batalhão é muito
clara: o mundo se divide entre caveiras (como são chamados os policiais do grupo
especial) e invertebrados (os
fracos, que não agüentam a
pressão).
Esse tipo de analogia desperta críticas. Para Viviane
de Oliveira Cubas, pesquisadora do Núcleo de Estudos
da Violência da USP, usar tática de guerra em outro ambiente é desumanizador. "É
característica do mundo empresarial exigir uma eficiência cada vez maior dos seus
funcionários, dar responsabilidades cada vez maiores",
afirma. "Você estabelece metas que às vezes não são reais.
O que essa pressão e essa cobrança constantes podem
causar à saúde desses funcionários?"
Um dos autores de "Elite
da Tropa" (que originou o filme) e um dos roteiristas de
"Tropa de Elite", o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel, 37, também se converteu
em palestrante. Faz entre
quatro e cinco preleções por
mês em empresas privadas.
"A primeira coisa que eu
falo é: "Não vão bater nos
seus vendedores'", diz ele,
que foi contratado para falar
para funcionários de empresas como a Perdigão.
Ao analisar esse tipo de palestra, o psicanalista Jorge
Forbes aponta fragilidades.
"Todos os discursos motivacionais são reducionistas da
experiência humana. São
uma tentativa de motivar a
adesão a uma corporação
apelando para o narcisismo.
Quem não adere deve se envergonhar", diz o psicanalista, ao analisar o estímulo
exagerado à competição.
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