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ALEXANDRE DA SILVEIRA TUPINAMBÁ (1936-2009)
O oftalmologista velejador e o laser
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pacientes viam o avô de
Alexandre da Silveira Tupinambá e esbugalhavam os
olhos. Com o pai, Jacques,
era igual: quem entrava no
consultório punha os olhos
grandes sobre ele. Alexandre
não fugiu à regra: iniciou a
terceira geração de oftalmologistas do clã Tupinambá.
Mas a tradição parou aí.
"Ele reclamou muito da profissão, e ninguém mais quis
ser oftalmologista", brinca o
filho, também Alexandre.
Vez ou outra, queixava-se
do salário e de trabalhar muito, mas gostava da medicina.
Formado pela Escola Paulista em 1962, foi, durante 13
anos, médico assistente da
Santa Casa, onde o centro de
estudos oftalmológicos ganhou o nome de seu pai.
Também deu aulas no local, como professor assistente, até 1976. Na Beneficência
Portuguesa, atuou por 46
anos. Foi lá que, nos anos 80,
após um estágio em Boston
(EUA), começou a usar raio
laser de argônio (tipo de gás)
em cirurgias de descolamento de retina. Foi um dos pioneiros do método no país.
Nos anos 60 e 70, trocava o
consultório por Guarapiranga, onde velejava no barco
que apelidou de Mandinga.
Foi um dos introdutores da
classe laser no Brasil. Ao
contrário do que fez com a
medicina, transferiu um legado: o filho é velejador.
Por cerca de 40 anos, foi do
Rotary Club de São Paulo.
Alexandre morreu no sábado, 14 de março, aos 73
anos, em decorrência de um
tumor no pâncreas. Deixa
viúva, três filhos e dois netos.
obituario@grupofolha.com.br
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