São Paulo, segunda-feira, 23 de março de 2009

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ALEXANDRE DA SILVEIRA TUPINAMBÁ (1936-2009)

O oftalmologista velejador e o laser

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pacientes viam o avô de Alexandre da Silveira Tupinambá e esbugalhavam os olhos. Com o pai, Jacques, era igual: quem entrava no consultório punha os olhos grandes sobre ele. Alexandre não fugiu à regra: iniciou a terceira geração de oftalmologistas do clã Tupinambá.
Mas a tradição parou aí. "Ele reclamou muito da profissão, e ninguém mais quis ser oftalmologista", brinca o filho, também Alexandre.
Vez ou outra, queixava-se do salário e de trabalhar muito, mas gostava da medicina.
Formado pela Escola Paulista em 1962, foi, durante 13 anos, médico assistente da Santa Casa, onde o centro de estudos oftalmológicos ganhou o nome de seu pai.
Também deu aulas no local, como professor assistente, até 1976. Na Beneficência Portuguesa, atuou por 46 anos. Foi lá que, nos anos 80, após um estágio em Boston (EUA), começou a usar raio laser de argônio (tipo de gás) em cirurgias de descolamento de retina. Foi um dos pioneiros do método no país.
Nos anos 60 e 70, trocava o consultório por Guarapiranga, onde velejava no barco que apelidou de Mandinga. Foi um dos introdutores da classe laser no Brasil. Ao contrário do que fez com a medicina, transferiu um legado: o filho é velejador.
Por cerca de 40 anos, foi do Rotary Club de São Paulo.
Alexandre morreu no sábado, 14 de março, aos 73 anos, em decorrência de um tumor no pâncreas. Deixa viúva, três filhos e dois netos.

obituario@grupofolha.com.br


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