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Comissão da OEA cobra medidas
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) considerou que o Brasil "não cumpriu
devidamente" as medidas provisórias listadas há dois anos pela
Corte Interamericana dos Direitos Humanos para proteger detentos do presídio Urso Branco,
em Porto Velho, onde uma rebelião de seis dias deixou pelo menos nove detentos mortos.
Em seu comunicado, a CIDH
expressou uma "profunda preocupação" com o caso e cobrou atitudes do governo brasileiro. "Nos
últimos dias, tem recrudescido a
situação de extrema gravidade
para os internos na penitenciária,
a ponto de pelo menos nove pessoas (...) terem sido assassinadas
por outros internos, alguns em
público", afirma o documento.
"Houve um esquartejamento dos
corpos e a exibição pública de pedaços de cadáveres."
A Corte Interamericana da OEA
(Organização dos Estados Americanos) ordenou ao governo brasileiro, em junho de 2002, que tomasse medidas "para proteger a
vida e integridade pessoal de todos os reclusos" da penitenciária.
A medida foi adotada porque 27
presos tinham sido mortos, em janeiro daquele ano, durante uma
briga entre facções rivais.
"A CIDH considera que os fatos
ocorridos revelam que o Estado
brasileiro não cumpriu devidamente as medidas provisórias ordenadas pela Corte Interamericana", diz o comunicado, que também pede que sejam adotadas
"todas as medidas que forem necessárias tanto para solucionar de
maneira adequada a situação
atual (...) como para evitar que se
repitam no futuro tais fatos de
conflito, violência e mortes".
Governo
A Secretaria Especial de Direitos
Humanos, vinculada à Presidência da República, informou ontem que "compartilha" da preocupação da CIDH em relação à
penitenciária de Porto Velho.
De acordo com a secretaria, o
Estado brasileiro "tem tomado
medidas com vistas à proteção
dos presos", conforme recomendação da Corte Interamericana.
Um exemplo disso, de acordo
com o órgão, foi o envio de representantes para trabalhar nas negociações com os rebelados na capital de Rondônia. A partir de hoje, a secretaria passa a elaborar
um relatório sobre o Urso Branco,
que será encaminhado nas próximas semanas à comissão.
Segundo a secretaria, algumas
medidas estão em curso para
amenizar os conflitos em presídios do país, como a capacitação
de agentes penitenciários voltada
à defesa dos direitos humanos
dos detentos. Outro indicativo é o
começo da construção de um presídio federal em Rondônia, a partir do ano que vem.
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