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Navios, helicóptero e aviões mantêm busca por padre que voou com balões
Ontem foram achados, a 50 km da costa, 60 dos mil balões usados pelo religioso
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO FRANCISCO DO SUL
Barcos e aeronaves da Marinha, da Aeronáutica e da Polícia Militar de Santa Catarina
não haviam localizado o padre
Adelir Antônio de Carli até as
22h de ontem. Ele sumiu no domingo após levantar vôo amarrado a mil balões de festa.
Ontem à tarde, a FAB (Força
Aérea Brasileira) e a PM confirmaram a localização de cerca
de 60 balões a 50 km da costa,
entre Porto Belo (68 km da capital) e Florianópolis. As buscas estão sendo feitas por quatro navios e um helicóptero da
Marinha e dois aviões da FAB.
O bispo de Paranaguá (PR),
dom João Alves dos Santos,
responsável pela diocese do padre Adelir, disse que tinha "restrições" aos eventos feitos pelo
religioso, mas que não havia como "segurá-lo".
"Dizia ao padre Adelir que
preferiria que ele agisse de outra maneira. Mas ele não abria
mão das convicções. Sabíamos
do perigo, mas não tem como
segurá-lo. É projeto pessoal",
disse o superior do padre.
Carli, 41, saiu de Paranaguá
(96 km de Curitiba) na tarde de
domingo, suspenso a uma cadeira de pano presa a cerca de
mil balões de festa cheios de gás
hélio. Tentava quebrar um recorde mundial de permanência
no ar (19 horas) e promover um
trabalho social com caminhoneiros. Seu destino era o interior do Paraná, mas uma corrente de vento o empurrou em
direção ao oceano.
Segundo d. João, Carli pensava que, voando com balões,
chamaria a atenção das pessoas
para o principal projeto da Pastoral Rodoviária, idealizada pelo padre há quatro anos.
Numa área de 3.400 metros
quadrados perto da paróquia
de Carli, próxima também ao
porto de Paranaguá, barracões
estão sendo montados para
oferecer "descanso físico e espiritual" aos caminhoneiros.
Segundo Santo de Carli, 73,
primo do padre, o religioso
imaginava que, se conseguisse
voar com balões, chamaria a
atenção de eventuais colaboradores. "Ele dizia que ia eliminar
a prostituição na área do porto
com o projeto", afirmou.
"O sonho dele é ver o complexo finalizado", disse o bispo, para quem a conclusão do projeto
levará três anos.
"Tudo o que está aqui é porque o padre arregaça as mangas. Quando a gente desanima,
ele dá a injeção de ânimo", afirmou Denise Gallas, coordenadora da Pastoral Rodoviária.
Segundo ela, o padre se preparava havia um ano para voar
em balões de festa, fez cursos
de sobrevivência e "conversou
muito" com especialistas.
Segundo o comerciante Ernesto Klein, 41, coordenador do
projeto de vôo de Carli, o padre
já havia usado GPS no vôo de
teste que fez há mais de um
mês, em Ampére (510 km de
Curitiba).
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