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HECTOR BRENER (1930-2010)
Um argentino engajado na publicidade brasileira
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um simples "alô" proferido
por Hector Brener ao telefone, e os amigos já sabiam que
quem estava do outro lado da
linha. Ele não se conformava
com isso, diz a filha Daniella.
Acontece que Hector, argentino de Buenos Aires,
nunca perdeu o sotaque. Era
fácil reconhecê-lo pela voz.
Em sua cidade, ele trabalhou em agências de propaganda, mas, em 1956, por
achar que a situação em seu
país estava muito difícil, decidiu vir tentar a vida no Brasil.
Aqui, passou por várias
agências até abrir a própria,
chamada Denison, da qual foi
presidente por 25 anos.
Nos anos 80, Hector presidiu também o Conselho Nacional de Propaganda, uma
organização voluntária que
promove campanhas de "interesse cívico-social".
Na mesma época, encabeçou o Movimento Nacional
pela Livre Iniciativa, no período em que o país transitava
da ditadura militar para o regime democrático.
Segundo a família, Hector
era um workaholic. Há cerca
de dez anos, aposentou-se,
mas sempre manteve contato
com profissionais de sua área.
Nessa fase, passava o dia inteiro lendo, conta a filha.
Gostava muito do Brasil,
mas quando o assunto era futebol, torcia para a Argentina.
Foi casado com Elena, argentina que ele conheceu numa agência no Brasil. Teve
dois filhos e dois netos.
Na sexta-feira, foi vítima de
um infarto, aos 79 anos. A
missa de sétimo dia será realizada hoje, às 18h, na paróquia
Nossa Senhora da Esperança,
em Moema, São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
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