São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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Espécies tóxicas estão presentes em parques

DA REPORTAGEM LOCAL

Parques e praças públicas de São Paulo estão repletos de plantas tóxicas. No parque Ibirapuera, por exemplo, há coroas-de-cristo, agaves, lírios e azaléas perto do lago, da pista de cooper, da marquise, entre outras atrações.
O mesmo acontece na praça Vilaboim, em Higienópolis (área central). No canteiro central, existem lírios, hera, inhame bravo e banana-de-macaco, todas com algum grau de toxicidade. Em nenhum desses locais, há identificação ou alerta para a toxicidade das plantas. Elas estão, porém, em locais cercados.
Segundo a diretora do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes), Simone Malandrino, os atuais parques municipais usam essas plantas como barreiras físicas, ou seja, para impedir o acesso de pessoas a locais proibidos, como lagos ou áreas de grande declive.
Ela admite que, devido ao processo de polinização das plantas -o pólen é veiculado pela água, pelo vento, por aves e por insetos-, pode acontecer de existirem plantas tóxicas em locais não planejados, mas afirma que os agrônomos dos parques estão atentos a isso.
Para Malandrino, alertar sobre a toxicidade de algumas plantas com placas, por exemplo, pode gerar um pânico e uma repulsa desnecessários na população. "Lírios e azaléas têm uma toxidade menor, que não é alarmante. Ninguém sai por aqui comendo plantas", afirma a diretora.
Indiretamente, diz ela, o Depave já faz um trabalho educativo. "Nos parques, há placas alertando para não mexer nas plantas e não colher flores." Ela afirma desconhecer casos de intoxicação envolvendo as plantas dos parques.
Segundo Malandrino, os quatro novos parques que a Prefeitura de São Paulo vai inaugurar até o final do ano não terão plantas tóxicas.
A farmacêutica Sônia Barcia alerta que, além das crianças, os adultos também não devem comer ou fazer chá de plantas desconhecidas porque não há testes seguros para distinguir as comestíveis das venenosas. "Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade das plantas." A poda dessas plantas também deve ser feita com luvas para evitar queimaduras e irritações.


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