São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2008

Texto Anterior | Índice

EDEVAIR DE SOUZA FARIA (1932-2008)

Pai de Romário fez o filho rimar com gol

DA SUCURSAL DO RIO

O atacante Romário estava perto de completar seu milésimo gol no começo de 2007 e o Vasco tinha entre seus próximos adversários o América do Rio, clube pelo qual torcia seu pai. "Se fizer este gol contra o América, leva tapa", avisou Edevair de Souza Faria ao filho.
Edevair era a razão mais freqüente para que o decadente clube do Andaraí (Rio) ainda freqüentasse os jornais. Sua foto à beira do campo, com o rádio colado ao ouvido, foi publicada na imprensa carioca mais vezes do que ocorreram vitórias do América recentemente.
Em 1994, a dois meses da Copa do Mundo, Edevair foi seqüestrado num bar da Vila da Penha. O país ficou apreensivo por temer os efeitos do crime sobre o maior jogador da equipe que se tornaria tetracampeã.
Após quatro dias preso, Edevair foi libertado sem o pagamento do resgate de US$ 7 milhões. Assistiu à Copa no seu bar, o Garota do Quitungo, em Jacarepaguá.
Em janeiro de 1966, Edevair e a mulher, Lita, estavam em sua casa na favela do Jacarezinho, ouvindo rádio, à procura de um nome famoso para batizar o filho que nasceria ao final daquele mês. Foi quando o locutor anunciou: "Romário, o homem dicionário". A partir da escolha de Edevair, Romário passou a rimar também com gol.
O artilheiro soube ontem que o pai, havia seis dias internado por infecção urinária, morrera. Edevair deixou mulher, três filhos e morreu sem ter atendido seu último desejo: ver Romário marcar um gol pelo seu "Mequinha".


Texto Anterior: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.