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EDEVAIR DE SOUZA FARIA (1932-2008)
Pai de Romário fez o filho rimar com gol
DA SUCURSAL DO RIO
O atacante Romário estava
perto de completar seu milésimo gol no começo de 2007
e o Vasco tinha entre seus
próximos adversários o
América do Rio, clube pelo
qual torcia seu pai. "Se fizer
este gol contra o América, leva tapa", avisou Edevair de
Souza Faria ao filho.
Edevair era a razão mais
freqüente para que o decadente clube do Andaraí (Rio)
ainda freqüentasse os jornais. Sua foto à beira do campo, com o rádio colado ao ouvido, foi publicada na imprensa carioca mais vezes do
que ocorreram vitórias do
América recentemente.
Em 1994, a dois meses da
Copa do Mundo, Edevair foi
seqüestrado num bar da Vila
da Penha. O país ficou
apreensivo por temer os efeitos do crime sobre o maior
jogador da equipe que se tornaria tetracampeã.
Após quatro dias preso,
Edevair foi libertado sem o
pagamento do resgate de
US$ 7 milhões. Assistiu à Copa no seu bar, o Garota do
Quitungo, em Jacarepaguá.
Em janeiro de 1966, Edevair e a mulher, Lita, estavam
em sua casa na favela do Jacarezinho, ouvindo rádio, à
procura de um nome famoso
para batizar o filho que nasceria ao final daquele mês.
Foi quando o locutor anunciou: "Romário, o homem dicionário". A partir da escolha
de Edevair, Romário passou
a rimar também com gol.
O artilheiro soube ontem
que o pai, havia seis dias internado por infecção urinária, morrera. Edevair deixou
mulher, três filhos e morreu
sem ter atendido seu último
desejo: ver Romário marcar
um gol pelo seu "Mequinha".
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