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No Pará, entrega de cestas básicas a atingidos é feita durante a noite
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Para conseguir entregar cestas básicas às comunidades ribeirinhas afetadas pelas cheias,
a Defesa do Civil do Pará tem
feito operações noturnas no
oeste do Estado -área que
mais sofre com as enchentes.
O motivo: os atingidos nunca
estão em casa durante o dia, já
que saem para pescar.
Segundo o major Augusto Lima, as pessoas têm tentado
manter sua rotina, mesmo com
o avanço das águas e as dificuldades enfrentadas nos últimos
30 dias. "Elas têm uma capacidade de adaptação inacreditável", diz. "Enchente faz parte da
cultura do Norte, mas neste ano
foi muito acima do normal."
Na região de Santarém, o nível do rio Tapajós, por exemplo,
bateu seu recorde e chegou a
mais de 9 m. Nesta semana, começou a baixar.
Para evitar encontrar as casas vazias e fazer viagens desnecessárias, o órgão tem escalado pessoas para, de lancha,
percorrer as localidades a partir das 18h e, assim, conseguir
entregar os mantimentos. O
trajeto entre um lugar e outro
pode demorar horas.
Além de cestas básicas -em
todo o Estado devem ser distribuídas 30 mil-, são levados
também mosquiteiros e redes.
Lima diz se surpreender com
a insistência dos ribeirinhos em
permanecer nas moradias,
mesmo quando a água já está
quase no teto. "Eles vão subindo
o piso [de madeira] e chega um
momento em que têm que engatinhar para conseguir ficar."
No Pará, há alo menos 150 mil
pessoas afetadas, direta ou indiretamente, pelas cheias. Mas o
Estado do Norte que mais sofre
é o Amazonas, com 326 mil
atingidos. Na região, ao menos
65 mil estão fora de suas casas.
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