São Paulo, sábado, 23 de maio de 2009

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No Pará, entrega de cestas básicas a atingidos é feita durante a noite

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Para conseguir entregar cestas básicas às comunidades ribeirinhas afetadas pelas cheias, a Defesa do Civil do Pará tem feito operações noturnas no oeste do Estado -área que mais sofre com as enchentes.
O motivo: os atingidos nunca estão em casa durante o dia, já que saem para pescar.
Segundo o major Augusto Lima, as pessoas têm tentado manter sua rotina, mesmo com o avanço das águas e as dificuldades enfrentadas nos últimos 30 dias. "Elas têm uma capacidade de adaptação inacreditável", diz. "Enchente faz parte da cultura do Norte, mas neste ano foi muito acima do normal."
Na região de Santarém, o nível do rio Tapajós, por exemplo, bateu seu recorde e chegou a mais de 9 m. Nesta semana, começou a baixar.
Para evitar encontrar as casas vazias e fazer viagens desnecessárias, o órgão tem escalado pessoas para, de lancha, percorrer as localidades a partir das 18h e, assim, conseguir entregar os mantimentos. O trajeto entre um lugar e outro pode demorar horas.
Além de cestas básicas -em todo o Estado devem ser distribuídas 30 mil-, são levados também mosquiteiros e redes.
Lima diz se surpreender com a insistência dos ribeirinhos em permanecer nas moradias, mesmo quando a água já está quase no teto. "Eles vão subindo o piso [de madeira] e chega um momento em que têm que engatinhar para conseguir ficar."
No Pará, há alo menos 150 mil pessoas afetadas, direta ou indiretamente, pelas cheias. Mas o Estado do Norte que mais sofre é o Amazonas, com 326 mil atingidos. Na região, ao menos 65 mil estão fora de suas casas.


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