São Paulo, sábado, 23 de maio de 1998

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Mulher é morta por bala perdida em SP

da Reportagem Local

A analista contábil Olga de Almeida, 37, morreu ontem atingida por uma bala perdida durante um tiroteio entre um policial militar e um assaltante, após uma tentativa de roubo a banco, no centro de São Paulo.
O acusado também foi baleado e está internado. Uma outra mulher sofreu um infarto e um rapaz desmaiou por causa da confusão. Outros dois acusados, que não participaram do tiroteio, foram presos pela PM.
Segundo a polícia, os três acusados entraram por volta das 12h na agência do banco Real na rua da Quitanda e renderam os vigias e uma gerente.
Os três teriam se assustado ao ver dois policiais militares passando pela porta e resolveram fugir levando apenas três revólveres dos vigilantes.
Antes da fuga, de acordo com a polícia, a funcionária do banco Inês Fernandes de Souza Thomé, 46, acabou sofrendo um infarto. Ela foi levada para o Hospital Beneficência Portuguesa.
Um office boy avisou os dois policiais sobre o assalto quando eles já estavam quase na esquina da rua São Bento. Os policiais voltaram e encontraram os três acusados.
Um dos PMs conseguiu deter os acusados de assalto Ricardo Alexandre Alves de Almeida, 23, e F.M.S., 17. O outro acusado, Anderson Ferreira, 37, saiu correndo e foi perseguido pelo soldado da PM Washington Taiar Júnior, 22, segundo a polícia.
Na rua Álvares Penteado, de acordo com testemunhas, o assaltante começou a atirar com dois revólveres e o PM revidou, disparando dois tiros. Ao todo, foram disparados cerca de dez tiros. Houve pânico e correria na rua.
A analista Olga foi baleada já próximo ao largo do Café. Ela foi levada para a Santa Casa, mas não resistiu.
Baleado no peito, Ferreira entrou numa loja do Boticário e foi desarmado por um segurança. Ele foi preso e levado para PS Vergueiro. Ferreira era foragido da Justiça e tem passagens criminais por três homicídios, segundo a polícia.
O soldado Washington não sabe se o tiro que atingiu Olga partiu dele ou de Ferreira. "Eu não vi quando a mulher foi baleada."
O outro soldado, Robson Antunes de Castro, 25, diz acreditar que o tiro partiu do ladrão. "O Washington atirou na diagonal, em direção à parede. A mulher estava do outro lado", afirmou.
O advogado José Oliveira Gimenes, 42, que testemunhou o tiroteio, também diz acreditar que o tiro tenha partido do ladrão. "A mulher estava de frente para o policial e o tiro a acertou nas costas."
Segundo o delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, da Delegacia de Roubo a Bancos, somente a perícia vai poder afirmar de qual arma saiu o tiro.
Olga trabalhava na Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e tinha uma filha, de 1 ano e seis meses. (RENATO KRAUSZ)


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