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VIOLÊNCIA
Agentes e familiares de detentos foram feitos reféns pelos amotinados; um policial e dois detentos ficaram feridos
Rebelião em Manaus deixa 2 presos mortos
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma rebelião iniciada ontem
por volta das 16h no presídio estadual Puraquequara, em Manaus
(AM), fez cinco agentes e um grupo de mulheres e crianças como
reféns e deixou dois presidiários
mortos, além de um policial e dois
detentos feridos.
A rebelião teve início no final da
visita dos familiares, na hora marcada pelo presídio para os detentos voltarem para as suas celas.
Segundo familiares que esperavam por notícias do lado de fora
do presídio, alguns presos tentaram tirar as crianças e as mulheres do prédio, mas outros forçaram algumas a ficar. Além delas,
um grupo de agentes também foi
feito refém pelos rebelados.
Ainda segundo os familiares,
mais de 30 tiros foram ouvidos do
lado de fora da casa de detenção.
Pelo menos dois detentos foram
mortos durante a operação da polícia para acabar com a rebelião.
Sem notícias
"As famílias estão apavoradas,
sem notícias. A minha filhinha ficou do lado de dentro. Não sei o
que está acontecendo", disse Darlene, mulher de um detento condenado por porte ilegal de arma.
De acordo com o secretário da
Segurança Pública do Estado, Júlio Pinheiro, a situação no presídio estava "praticamente sob controle" às 21h30 de ontem.
"Estamos levantando informações sobre as causas que levaram
à rebelião. Ainda não temos uma
idéia muita clara do que está ocorrendo", afirmou Pinheiro. O presídio tem capacidade para até 534
detentos. Hoje, abriga cerca de
520, segundo o secretário.
Mesmo com a situação "praticamente sob controle", familiares
permaneciam do lado de fora da
casa de detenção sem notícias sobre os familiares mantidos como
reféns. Às 19h30, a Polícia Militar
afastou os parentes de detentos
que permaneciam no local à espera de informações.
Até a conclusão desta edição,
não havia informação oficial sobre o desfecho da rebelião. Uma
equipe da Polícia Militar tentava
negociar com os rebelados.
O presídio
Essa foi a primeira rebelião que
aconteceu no presídio Puraquequara, considerado o mais moderno do Estado do Amazonas.
O complexo estava nos planos
do Ministério da Justiça para ser
federalizado e transformado em
uma prisão de segurança máxima
coordenada pela Polícia Federal.
Quando o traficante Fernandinho Beira-Mar foi transferido para a Superintendência da Polícia
Federal em Maceió (AL), o presídio de Puraquequara foi cogitado
como uma das possibilidades para receber o traficante carioca.
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