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São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2003

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VIOLÊNCIA

Agentes e familiares de detentos foram feitos reféns pelos amotinados; um policial e dois detentos ficaram feridos

Rebelião em Manaus deixa 2 presos mortos

DA AGÊNCIA FOLHA

Uma rebelião iniciada ontem por volta das 16h no presídio estadual Puraquequara, em Manaus (AM), fez cinco agentes e um grupo de mulheres e crianças como reféns e deixou dois presidiários mortos, além de um policial e dois detentos feridos.
A rebelião teve início no final da visita dos familiares, na hora marcada pelo presídio para os detentos voltarem para as suas celas.
Segundo familiares que esperavam por notícias do lado de fora do presídio, alguns presos tentaram tirar as crianças e as mulheres do prédio, mas outros forçaram algumas a ficar. Além delas, um grupo de agentes também foi feito refém pelos rebelados.
Ainda segundo os familiares, mais de 30 tiros foram ouvidos do lado de fora da casa de detenção. Pelo menos dois detentos foram mortos durante a operação da polícia para acabar com a rebelião.

Sem notícias
"As famílias estão apavoradas, sem notícias. A minha filhinha ficou do lado de dentro. Não sei o que está acontecendo", disse Darlene, mulher de um detento condenado por porte ilegal de arma.
De acordo com o secretário da Segurança Pública do Estado, Júlio Pinheiro, a situação no presídio estava "praticamente sob controle" às 21h30 de ontem.
"Estamos levantando informações sobre as causas que levaram à rebelião. Ainda não temos uma idéia muita clara do que está ocorrendo", afirmou Pinheiro. O presídio tem capacidade para até 534 detentos. Hoje, abriga cerca de 520, segundo o secretário.
Mesmo com a situação "praticamente sob controle", familiares permaneciam do lado de fora da casa de detenção sem notícias sobre os familiares mantidos como reféns. Às 19h30, a Polícia Militar afastou os parentes de detentos que permaneciam no local à espera de informações.
Até a conclusão desta edição, não havia informação oficial sobre o desfecho da rebelião. Uma equipe da Polícia Militar tentava negociar com os rebelados.

O presídio
Essa foi a primeira rebelião que aconteceu no presídio Puraquequara, considerado o mais moderno do Estado do Amazonas.
O complexo estava nos planos do Ministério da Justiça para ser federalizado e transformado em uma prisão de segurança máxima coordenada pela Polícia Federal.
Quando o traficante Fernandinho Beira-Mar foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Maceió (AL), o presídio de Puraquequara foi cogitado como uma das possibilidades para receber o traficante carioca.


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