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Procurador diz que enviará projeto ao Legislativo em 2005
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral do Estado,
Elival da Silva Ramos, a quem
compete a elaboração do projeto
de criação da Defensoria Pública,
disse que o texto deverá seguir para a Assembléia Legislativa apenas no início do próximo ano.
De acordo com o procurador,
isso não aconteceu antes por motivos alheios à vontade do governador Geraldo Alckmin, que segundo ele pretende cumprir o que
reza a Constituição Federal.
Silva Ramos disse que existe
apenas uma diferença de "timing" entre as expectativas do
movimento pró-Defensoria e as
possibilidades do governo.
De acordo com o procurador, a
Constituição Estadual de 89 também determinou a criação do órgão, dando prazo de seis meses
para tanto. "Mas se passaram
muitos governos sem que isso
acontecesse. Só no programa de
governo de Mário Covas havia referência à Defensoria. No entanto,
sua criação não foi cogitada pelos
procuradores que me antecederam. Quando assumi, em 2001,
disse ao governador que isso precisava ser feito, no mínimo para
respeitar a Constituição."
Segundo Silva Ramos, como a
criação da Defensoria implicará
um desmembramento da Procuradoria Geral do Estado e diversas
providências administrativas,
também é preciso reformular a lei
orgânica do órgão. "É preciso decidir como montar o quadro de
procuradores, se a Defensoria vai
ficar ligada diretamente ao governador, qual o orçamento, se o
Fundo de Assistência Judiciária
será repassado integralmente para ela, enfim, tudo isso tem que
ser pesado."
Os projetos relativos a ambas,
afirmou, foram elaborados, e, de
acordo com a lei, foram submetidos ao Conselho da Procuradoria.
"Os dois projetos foram para o
Conselho no começo de 2003. Eles
demoraram o ano passado inteiro
para analisar só o da Defensoria.
Eu avisei que são projetos polêmicos, que precisavam chegar logo à
Assembléia. Agora, como a pauta
do Legislativo está carregada e este é um ano eleitoral, creio que seja melhor os deputados terem todo o ano que vem para debaterem
a questão", avalia.
Para Silva Ramos, o governo do
Estado de São Paulo tem cumprido satisfatoriamente o papel de
prover a população carente de
atendimento jurídico gratuito.
"Talvez a assistência jurídica não
seja a ideal, assim como não é
ideal em nenhum Estado onde há
Defensoria."
(LC)
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