São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2004

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SAÚDE

Laudo final do laboratório deve ficar pronto em duas semanas; Secretaria da Saúde do Estado não vê risco de epidemia

Hantavírus não causou mortes em Mauá

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O Instituto Adolfo Lutz descartou ontem a hipótese de infecção por hantavírus das três pessoas que morreram na cidade de Mauá (Grande São Paulo). Três exames feitos a partir do sangue e das vísceras das vítimas deram resultados negativos para hantavirose, doença transmitida pelas fezes, urina e saliva de ratos silvestres.
Fábio Júnior da Silva, 23, sua mulher, Raquel de Oliveira, 25, e a cunhada Jaqueline de Oliveira, 16, morreram entre a madrugada da última quinta-feira e a noite de sábado. Apresentaram diarréia, dores no corpo, náusea, hemorragia, convulsão, insuficiência respiratória e queda de pressão.
A partir de agora, o instituto fará novos exames para avaliar a possibilidade de as mortes terem sido provocadas por leptospirose (também transmitida por ratos), febre maculosa (transmitida por mordida de carrapato) ou intoxicação. Os resultados ficam prontos em até duas semanas, segundo a Secretaria da Saúde do Estado.
A secretaria informa ainda que não há novos casos que possam estar relacionados às mortes ocorridas em Mauá, o que afasta o risco de surto ou epidemia.
A Secretaria da Saúde de Mauá orientou todos os postos de saúde e hospitais da cidade a encaminhar casos com sintomas parecidos aos que provocaram as mortes ao Hospital Radamés Nardini.
Entre anteontem e ontem, foram atendidas 20 pessoas que apresentaram um ou mais sintomas da doença misteriosa; 11 delas já tiveram alta, sete permanecem em observação e duas estão internadas com pneumonia.
Enquanto isso, no Jardim Camila, onde viviam as vítimas, há preocupação. "A gente está com medo", afirma a dona-de-casa Aparecida Coppi, 49. "Sempre que a gente fica doente, o pessoal do posto diz que é virose, mas é a primeira vez que alguém morre."
Qualquer dor de barriga ou diarréia já é motivo de apreensão. Ontem, alguns estudantes da escola estadual Sílvio Guerato foram encaminhados para o Radamés Nardini com náuseas e diarréia. Um rato foi encontrado na caixa-d'água da escola.
A secretaria municipal informou que realizou uma desratização no bairro no mês de março e que pretende adiantar a próxima, marcada para ocorrer no fim deste mês, para esta semana.


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