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PM sai da USP, mas impasse mantém greve
Reunião entre grevistas e reitores acabou sem acordo após reitores de USP, Unesp e Unicamp reiterarem proposta de reajuste de 6,05%
Após o encontro, que durou
aproximadamente três
horas, servidores chegaram a defender nova invasão da reitoria da universidade
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Grevistas da USP fazem "tiro ao alvo" com imagem do governador José Serra durante ato que teve ainda barracas de festa junina
TALITA BEDINELLI
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A USP amanheceu ontem
sem PMs e sem piquetes de
funcionários. O avanço nas negociações, no entanto, parou
por aí: a reunião entre reitores
de USP, Unesp e Unicamp e representantes de servidores,
professores e alunos das três
universidades públicas de São
Paulo acabou sem acordo.
Os reitores apenas repetiram
a proposta já feita de reajuste
salarial de 6,05% -para repor a
inflação do último ano. Os grevistas cobram aumento de 16%
e um valor extra de R$ 200.
A Folha apurou que os reitores consideram inviável aumentar o percentual de reajuste oferecido, uma vez que o
comprometimento com a folha
de pagamento já é considerado
alto. Estariam dispostos apenas a atender reivindicações laterais, como por exemplo reajustes no vale-refeição.
Após a reunião, que durou
cerca de três horas, funcionários chegaram a defender, em
discurso em um carro de som
na USP, uma nova invasão da
reitoria (em 2007 o prédio ficou ocupado por 50 dias).
A questão será discutida hoje, em uma assembleia de funcionários. "Ainda não existe
nenhuma deliberação sobre isso, mas tem muita gente levantando essa hipótese", afirmou
Magno de Carvalho, diretor de
base do Sintusp (Sindicato dos
Trabalhadores da USP).
Para Otaviano Helene, da
Adusp (Associação dos Docentes da USP), a reunião não representou nenhum avanço para as negociações. Hoje, professores e estudantes da USP também realizam assembleias para
discutir o movimento.
Por meio de uma nota, a reitoria afirma que manteve a
proposta de aumento salarial,
demonstrando "novamente o
compromisso de recomposição
dos salários".
A greve atinge principalmente a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), a Faculdade de Educação, a Faculdade de Arquitetura e a ECA (Escola de Comunicações e Artes) e serviços como
restaurantes universitários,
museus e ônibus circulares.
Em Psicologia e Física, há alguns professores parados. Nas
demais faculdades, a situação é
quase sempre normal.
Reuniões
A reunião de ontem foi a primeira entre o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e o
Fórum das Seis -entidade que
representa funcionários, docentes e alunos de USP, Unesp
e Unicamp- desde 18 de maio,
quando a negociação começou.
Enquanto reitores e grevistas
conversavam, do lado de fora
da reitoria da USP foi realizado
um ato, com cerca de 300 pessoas das três universidades.
Foi organizado um "tiro ao
alvo" em que os participantes
tinham que acertar uma bola
em uma imagem do governador José Serra (PSDB). Após a
reunião, o grupo simulou a "deposição" da reitora Suely Vilela.
Como hoje os funcionários
da USP terão uma reunião com
a reitora para discutir pautas
específicas, os piquetes devem
continuar suspensos. Funcionários, porém, dizem que é possível que os bloqueios aos prédios sejam retomados amanhã.
A reitoria afirma que, caso isso
aconteça, a PM pode voltar.
Com a presença da PM no
campus, desde 1º de junho, professores e estudantes decidiram aderir, a partir de 5 de junho, à paralisação iniciada pelos funcionários em 5 de maio.
No dia 9, um confronto entre
policiais e grevistas deixou dez
feridos. A reitoria afirmou que
a polícia estava no campus para
evitar bloqueios a prédios.
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