São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Velórios e enterros têm atrasos mesmo com o fim da greve

Remoção de corpos foi mais lenta durante todo o dia devido ao excesso de serviço

DE SÃO PAULO

Apesar de ter terminado às 6h de ontem, o reflexo da greve dos funcionários do serviço funerário ainda foi sentido ao longo do dia, com atrasos na remoção de corpos, no velório e nos sepultamentos.
O maior problema era no setor de tráfego. Segundo João Gomes, secretário do sindicato da categoria, 72 corpos precisavam ser transportados às 6h. Normalmente, são 20 nesse horário.
A auxiliar de limpeza Mariza dos Santos, 41, esperou mais de 24 horas para enterrar a mãe, morta às 14h de anteontem, aos 76, no Hospital Municipal Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné (zona leste).
O enterro foi às 16h, no cemitério da Vila Formosa.
Às 6h, finalmente o Serviço Funerário Municipal conseguiu realizar a remoção do corpo da dona de casa Alice Fonseca Hernandes, que morreu no dia anterior, às 12h45, em um lar de idosos na zona oeste.
Sem ajudante, o motorista do carro funerário precisou do auxílio do neto de Alice para colocar o corpo no caixão. O enterro foi às 12h.
"Tudo o que eu quero agora é descansar. Foi muito angustiante essa espera sem prazo para acabar", disse a filha de Alice, a dentista Vera Lucia Hernandes, 55.
A prefeitura disse que os serviços estavam se normalizando na noite de ontem. Ela não informou quantos enterros foram feitos nos dois dias.
O sindicato, filiado à CUT, reivindica reajuste de 39,79% no salário base, que atualmente é de R$ 440,39.
Hoje, a categoria recebe, no mínimo, R$ 545. Para chegar a esse valor, gratificações e abonos são somados ao salário, que o sindicato diz não ser reajustado há 17 anos.
A Secretaria de Planejamento disse que vai estudar a situação dos servidores e dar uma resposta até agosto.


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