São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Acusados de fraudes em hospital são soltos

Justiça libertou os 8 últimos suspeitos porque a prisão temporária venceu

À Folha diretor suspeito de chefiar esquema em Sorocaba nega as acusações e diz que investigou fraudes

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

A Justiça soltou ontem os oito últimos presos suspeitos de envolvimento num suposto esquema de fraudes nos plantões médicos do centro hospitalar de Sorocaba (99 km de São Paulo).
Outros quatro já haviam sido libertados.
A investigação desencadeou uma auditoria em todos os hospitais do Estado e causou a demissão do secretário estadual de Esportes, Lazer e Cultura, Jorge Pagura, e do coordenador de serviços de Saúde, Ricardo Tardelli.
A soltura ocorreu por causa do fim do prazo da prisão temporária dos investigados.
Segundo o Ministério Público, "não há possibilidade processual" para pedir a prisão preventiva dos suspeitos, já que eles foram interrogados e vários documentos foram apreendidos.
À Folha, por e-mail, o ex-diretor do centro hospitalar Heitor Consani negou as acusações -ele e o ex-diretor Ricardo Salim são apontados como chefes do esquema.
Consani disse que, assim que assumiu a direção, há quatro meses, apurou denúncias sobre plantões-fantasmas. "Cancelei e determinei o não pagamento de plantões suspeitos e desativei acessos ao conjunto hospitalar, visando controlar a entrada e saída de funcionários."
Ele afirmou que não investigou a extensão das irregularidades por conta do pouco tempo no cargo e que detectou irregularidades em contratos e sindicâncias de ex-diretores, incluindo Salim.
"Tudo foi comunicado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas."
Solto no sábado por decisão do Tribunal de Justiça, o médico atua desde 1999 no CHS, onde foi diretor do setor de cirurgias e de divisão médica. "Nunca participei, com ou sem o dr. Salim, de nenhum esquema de desvio de verbas, seja através de plantões ou qualquer outro meio."
Consani disse não conhecer Pagura e ter "relação profissional" com Tardelli.
Escutas divulgadas pela TV Globo sugerem que Consani ligou para um empresário a fim de comunicar uma licitação, perguntando "se havia interesse".
"Essa conversa deu-se em janeiro [antes de assumir como diretor]. Soube que haveria uma possível licitação e comentei com uma pessoa que trabalhava no ramo. Nada mais. Era uma nova licitação. As informações eram públicas."

HOSPITAL DAS CLÍNICAS
O Hospital das Clínicas, na capital, informou ontem que seis funcionários, dos quais cinco médicos, são alvo de sindicância interna por terem sido flagrados fraudando o ponto eletrônico.


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