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SAÚDE
IML de Goiânia constatou a existência de altas quantidades de bário em pacientes que ingeriram o medicamento
Perícia comprova mortes por Celobar
DA AGÊNCIA FOLHA
O IML (Instituto Médico Legal)
de Goiânia comprovou a existência de altas quantidades de bário
em nove corpos de pessoas que
ingeriram o medicamento Celobar, utilizado como contraste em
exames de raio-X. Investigações
realizadas pela Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária)
e pela vigilância do Rio apontaram que houve adulteração do
produto durante a fabricação.
O IML analisou corpos de 11
pessoas que morreram com sintomas semelhantes, em maio. Nove delas tomaram Celobar.
Outra é uma possível vítima do
medicamento, apesar de a clínica
que a atendeu ter informado que
ela ingeriu outro produto. A Anvisa descarta a possibilidade de
esse segundo produto ter causado
a morte da paciente.
O 11º caso -sem resíduos de
bário- foi analisado por ter tido
os mesmos sintomas dos demais
casos, apesar de não haver evidência de que ingeriu Celobar ou
o outro medicamento.
A presença do bário nos corpos
comprova que as vítimas morreram por intoxicação. O Celobar
era produzido com sulfato de bário, substância inócua que não é
absorvida pelo organismo.
Os problemas ocorreram porque parte da produção foi contaminada por carbonato de bário,
substância venenosa usada em
veneno de ratos.
O laboratório responsável, Enila, afirmou ter feito uma experiência para tentar transformar
carbonato de bário em sulfato de
bário, a fim de reduzir custos. O
Enila alega, porém, ter descartado
o resultado do teste.
O IML goiano demorou aproximadamente um mês para analisar
e comparar as vísceras das vítimas
para chegar ao resultado final.
Nos 11 casos selecionados, as vítimas apresentaram sintomas como náuseas, vômitos, rigidez
muscular facial, dor abdominal e
tremor muscular.
O superintendente da polícia
técnico-científica do IML, Décio
Marinho, disse que a quantidade
de bário suportável no corpo humano é de 2 a 3 miligramas por
quilo de tecido. Nos corpos foram
encontrados de 140 a 200 miligramas por quilo de tecido.
O delegado Carlos Fernandes de
Araújo, encarregado do caso em
Goiás, receberá o laudo apenas na
sexta-feira, quando poderá intimar os farmacêuticos responsáveis pelo Celobar. "Agora vamos
concluir os inquéritos um a um."
"A partir desse laudo [do IML],
vamos buscar a indenização", disse o advogado Gersino Gonçalves
Belchior. Ele é sobrinho de Nivaldo Francisco Belchior, que morreu após tomar Celobar para fazer
um raio-X do estômago.
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