São Paulo, quinta-feira, 23 de julho de 2009

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Vítima desistiu de viajar para Bariloche

O administrador João, 50, cancelou as férias na Argentina com medo de que seus filhos e mulher pegassem o vírus

Apenas duas semanas se passaram entre uma irritação na garganta e sua morte; João tinha fatores de risco: era obeso e diabético

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas duas semanas se passaram entre uma irritação na garganta e a morte de João (o sobrenome foi preservado a pedido da família), 50, na última segunda. Ele foi uma das vítimas da gripe A (H1N1).
Nestas férias, o administrador de empresas iria com a mulher e os filhos de 12 e 16 anos para Bariloche (Argentina). A viagem, no entanto, foi desmarcada, com medo de que alguém contraísse a doença. E foi em São Paulo -a família não sabe onde, nem de quem ele pode ter contraído a doença- que ele acabou ficando gripado.
Os primeiros sintomas apareceram em 6 de julho. Sem febre, amanheceu com o corpo doendo e a garganta irritada, conta a mãe, Adélia.
Preocupado com o incômodo na garganta, João procurou o médico particular no mesmo dia. Recebeu a receita de um antibiótico e foi para casa. Na terça, não houve melhora.
No dia 11 de julho, procurou o hospital Edmundo Vasconcelos (na zona sul de SP) com a pressão bastante baixa e com febre de 39C. Foi internado na UTI com broncopneumonia e insuficiência respiratória.
Exames realizados no dia seguinte detectaram que os pulmões de João estavam muito comprometidos. Passou-se a suspeitar de gripe suína.
No mesmo dia, o administrador de empresas recebeu o Tamiflu e fez a coleta de secreção, para confirmar a suspeita.
O remédio, entretanto, não fez efeito. No dia seguinte, ele foi entubado -passou a respirar com a ajuda de aparelhos.
"Ele não se mexia, não abria os olhos, não sabemos se ele estava acordado. Os médicos diziam que não sabiam o que fazer", relata a mãe. No dia 19, chegou a confirmação: era gripe suína. No dia seguinte, ele morreu. João tinha fatores de risco: era obeso e diabético.


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