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Vítima desistiu de viajar para Bariloche
O administrador João, 50, cancelou as férias na Argentina com medo de que seus filhos e mulher pegassem o vírus
Apenas duas semanas se passaram entre uma irritação na garganta e sua morte; João tinha fatores de risco: era obeso e diabético
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas duas semanas se passaram entre uma irritação na
garganta e a morte de João (o
sobrenome foi preservado a pedido da família), 50, na última
segunda. Ele foi uma das vítimas da gripe A (H1N1).
Nestas férias, o administrador de empresas iria com a mulher e os filhos de 12 e 16 anos
para Bariloche (Argentina). A
viagem, no entanto, foi desmarcada, com medo de que alguém
contraísse a doença. E foi em
São Paulo -a família não sabe
onde, nem de quem ele pode ter
contraído a doença- que ele
acabou ficando gripado.
Os primeiros sintomas apareceram em 6 de julho. Sem febre, amanheceu com o corpo
doendo e a garganta irritada,
conta a mãe, Adélia.
Preocupado com o incômodo
na garganta, João procurou o
médico particular no mesmo
dia. Recebeu a receita de um
antibiótico e foi para casa. Na
terça, não houve melhora.
No dia 11 de julho, procurou o
hospital Edmundo Vasconcelos (na zona sul de SP) com a
pressão bastante baixa e com
febre de 39C. Foi internado na
UTI com broncopneumonia e
insuficiência respiratória.
Exames realizados no dia seguinte detectaram que os pulmões de João estavam muito
comprometidos. Passou-se a
suspeitar de gripe suína.
No mesmo dia, o administrador de empresas recebeu o Tamiflu e fez a coleta de secreção,
para confirmar a suspeita.
O remédio, entretanto, não
fez efeito. No dia seguinte, ele
foi entubado -passou a respirar com a ajuda de aparelhos.
"Ele não se mexia, não abria
os olhos, não sabemos se ele estava acordado. Os médicos diziam que não sabiam o que fazer", relata a mãe. No dia 19,
chegou a confirmação: era gripe suína. No dia seguinte, ele
morreu. João tinha fatores de
risco: era obeso e diabético.
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