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Leilão da merenda mantém empresas que estão sob suspeita
Quatro empresas investigadas sob acusação de má qualidade fizeram melhor proposta em 8 dos 14 lotes da rede municipal
Valores apresentados devem representar redução de pelo menos 10% nos preços; contratos serão
para os próximos dois anos
ALENCAR IZIDORO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro das seis empresas investigadas pela Promotoria sob
suspeita de má qualidade dos
serviços, superfaturamento e
cartel deverão continuar a fornecer a alimentação dos alunos
da rede municipal de São Paulo
pelos próximos dois anos.
No pregão realizado pela gestão Gilberto Kassab (DEM) para firmar novos contratos da
merenda escolar terceirizada,
elas predominaram: ofereceram os menores preços em 8
dos 14 lotes em disputa e deverão abocanhar 63% do montante mensal de R$ 36 milhões que
a prefeitura planeja gastar.
Para serem declaradas vencedoras, só dependem da análise dos documentos. A tendência é não haver mudanças.
"Infelizmente não tivemos
como evitar. Elas não estão
condenadas pela Justiça, não
poderiam ser inabilitadas", declarou Alexandre Schneider,
secretário da Educação.
O promotor Sílvio Marques
afirmou que vai entrar com
ação na Justiça para tentar evitar que as mesmas empresas sigam fornecendo a merenda.
"Causa estranheza a posição
da prefeitura. Ela tem informações e documentos suficientes
sobre as irregularidades", afirma. Schneider alega que a declaração de inidoneidade para
barrar empresas teria que ser
feita pela própria Promotoria.
O secretário diz que os valores apresentados ontem representam uma redução de "no
mínimo 10%" nos preços pagos
atualmente pelo poder público.
As empresas que são alvo de
investigação do Ministério Público e que devem continuar a
fornecer a merenda na capital
são: SP Alimentação, Convida,
Geraldo J Coan e Terra Azul.
Todas negam as acusações.
Duas das atuais fornecedoras
devem sair: Sistal, que não disputou, e Nutriplus, que não
ofertou os menores preços.
Quatro novas estão entre as
prováveis vencedoras: Serra
Leste, Refeições Puras, Comissaria Rio de Janeiro e Masan.
A prefeitura podia prorrogar
até 2012 os contratos firmados
em 2007 com as atuais prestadoras do serviço. Kassab disse
que optou por fazer um novo
pregão porque "essas empresas
estão sob forte suspeição".
Uma delas, a Convida, foi a
que venceu mais lotes (3, todos
na zona leste) na disputa de ontem, que durou mais de dez horas e que teve 22 interessados.
Nos últimos meses, blitze do
órgão que fiscaliza a merenda
identificaram problemas nas
escolas atendidas pela Convida.
Numa, funcionários misturavam água no suco de laranja.
Em outra, a marmita plástica
da merendeira era aquecida em
cima do arroz dos alunos. A empresa diz desconhecer os casos.
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