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Primo de Bruno muda versão e diz que não viu crime
No primeiro depoimento, Sérgio Sales afirmara que o goleiro assistiu à morte da ex-namorada Eliza Samudio
"É fantástico, porque ele [Sales] é a principal sustentação do inquérito", ironizou o advogado de Bruno
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
Primo do goleiro Bruno
Fernandes, Sérgio Rosa Sales, o Camelo, mudou pela
segunda vez sua versão sobre a suposta morte de Eliza
Samudio, ex-namorada do
jogador. Ele disse que nada
sabe sobre o caso e colocou
em dúvida se houve crime.
Para o advogado Frederico
Franco, defensor de Bruno e
de outros cinco envolvidos, a
mudança de versão favorece
a defesa. "É fantástico, porque ele é a principal sustentação do inquérito", afirmou.
Inicialmente, Camelo afirmou que Bruno presenciou
Eliza ser morta pelo ex-policial Marcos Aparecido dos
Santos, o Bola, na companhia de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e do primo
adolescente do goleiro.
Em outro depoimento, Camelo disse que, apesar de
aparentemente saber do crime, Bruno ficou em seu sítio
e só Macarrão e o adolescente
levaram Eliza para a morte.
Ontem, segundo o promotor Leonardo Alves, Camelo
disse apenas que viu Macarrão, o jovem e Eliza saírem do
sítio, mas que nada sabia sobre o suposto homicídio.
Até o momento, a polícia
se baseia nos depoimentos
de Camelo e do jovem.
O adolescente também já
mudou sua versão dos fatos.
No primeiro depoimento,
disse que Bruno só chegou ao
sítio, de táxi, um dia depois
de ele e Macarrão terem levado Eliza dali. No segundo,
disse que o goleiro chegou ao
sítio no mesmo dia que eles.
Sobre a morte, primeiro o
jovem disse que Bruno ordenou que ele e Macarrão resolvessem o problema, sem deixar claro se o jogador havia
presenciado a morte. Depois,
afirmou que Bruno esteve
presente. Finalmente, negou
que Bruno tenha ido ao local.
Fora os depoimentos, há
duas provas materiais: o sangue de Eliza no carro de Bruno e o álbum com fotos aparentemente do bebê dela encontrado pela Folha.
Bruno, Macarrão e Bola foram levados para a audiência
de ontem, mas ficaram em silêncio. Ao deixar o juizado,
Bruno riu ao ouvir a multidão
chamá-lo de "assassino".
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