São Paulo, quinta, 23 de julho de 1998

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Assassinato de jovens cresce 128%

da Reportagem Local

Os assassinatos de meninos e meninas chegaram a crescer até 128% no conjunto das capitais do país nos anos 90.
Segundo levantamento feito pela Folha junto à base de dados do Datasus (Ministério da Saúde), houve 186 homicídios de crianças de 5 a 9 anos na primeira metade da década de 90 (90 a 95) no conjunto das 27 cidades. Comparando com igual período da década de 80, o crescimento foi de 69%.
Ao mesmo tempo, o total de mortes nessa faixa etária caiu 16%.
Fenômeno ainda mais grave ocorreu na faixa etária posterior: 899 meninos e meninas de 10 a 14 anos foram assassinados em todas as capitais entre 90 e 95. Isso representa um crescimento de 128% em relação à soma de homicídios ocorridos entre 80 e 85.
No mesmo período, o total de mortes nessa faixa etária em todas as capitais do país cresceu apenas 5%. O resultado é que, entre os anos 80 e os 90, o peso dos assassinatos aumentou de 3,7% para 8% do total de jovens mortos.
Com isso, o homicídio saltou de 8º para 4º lugar no ranking das principais causas de morte nessa faixa etária nas capitais do país.
Em São Paulo, o crescimento foi menor (68%), mas porque o índice de homicídios de jovens na capital paulista já era alto na primeira metade da década de 80.
Os 195 casos de assassinato de jovens paulistanos ocorridos entre 80 e 85 já representavam 8% de todas as mortes nessa faixa etária nesse período. Dez anos depois, esse percentual subiu para 12,6%, espelhando os 327 assassinatos de jovens de 10 a 14 anos ocorridos em SP entre 90 e 95.
Considerando as duas faixas etárias, o quadro é mais grave em SP que em outras capitais. Porém, os números também são proporcionalmente altos em Vitória, Rio de Janeiro e Recife. (JRT)



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