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Assassinato de jovens cresce 128%
da Reportagem Local
Os assassinatos de meninos e
meninas chegaram a crescer até
128% no conjunto das capitais do
país nos anos 90.
Segundo levantamento feito pela
Folha junto à base de dados do
Datasus (Ministério da Saúde),
houve 186 homicídios de crianças
de 5 a 9 anos na primeira metade
da década de 90 (90 a 95) no conjunto das 27 cidades. Comparando
com igual período da década de
80, o crescimento foi de 69%.
Ao mesmo tempo, o total de
mortes nessa faixa etária caiu 16%.
Fenômeno ainda mais grave
ocorreu na faixa etária posterior:
899 meninos e meninas de 10 a 14
anos foram assassinados em todas
as capitais entre 90 e 95. Isso representa um crescimento de 128%
em relação à soma de homicídios
ocorridos entre 80 e 85.
No mesmo período, o total de
mortes nessa faixa etária em todas
as capitais do país cresceu apenas
5%. O resultado é que, entre os
anos 80 e os 90, o peso dos assassinatos aumentou de 3,7% para 8%
do total de jovens mortos.
Com isso, o homicídio saltou de
8º para 4º lugar no ranking das
principais causas de morte nessa
faixa etária nas capitais do país.
Em São Paulo, o crescimento foi
menor (68%), mas porque o índice de homicídios de jovens na capital paulista já era alto na primeira metade da década de 80.
Os 195 casos de assassinato de
jovens paulistanos ocorridos entre
80 e 85 já representavam 8% de todas as mortes nessa faixa etária
nesse período. Dez anos depois,
esse percentual subiu para 12,6%,
espelhando os 327 assassinatos de
jovens de 10 a 14 anos ocorridos
em SP entre 90 e 95.
Considerando as duas faixas etárias, o quadro é mais grave em SP
que em outras capitais. Porém, os
números também são proporcionalmente altos em Vitória, Rio de
Janeiro e Recife.
(JRT)
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