São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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Publicitária é presa acusada de cuspir em escrivão na delegacia

De acordo com a polícia, ela também foi presa por bater em carro da PM, dirigir sem CNH ou RG e por estar embriagada

Michele Rodrigues Souto foi liberada após ficar quase 12 horas detida e pagar fiança; ela nega acusações e admite apenas ter xingado o policial

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma publicitária de 30 anos foi presa duas vezes em flagrante, ontem, no Itaim Bibi, área nobre da zona oeste de São Paulo. A primeira prisão ocorreu após ela bater seu automóvel num carro da Polícia Militar durante a madrugada.
Segundo a PM, ela dirigia embriagada e sem habilitação, recusou-se a fazer o teste do bafômetro, não portava documento de identidade e xingou policiais militares. Pela lei seca, terá de pagar multa de R$ 955 por guiar sob efeito de álcool.
Depois, ela foi presa sob acusação de cuspir num escrivão e numa delegada do 15º DP, no Itaim Bibi (zona oeste).
Acusada de desacato à autoridade policial, Michele Rodrigues Souto foi liberada após ficar quase 12 horas detida e pagar fiança no valor de R$ 650. Ela negou à Folha a maioria das acusações; admitiu apenas ter xingado o escrivão.
De acordo com a versão apresentada pela PM e pela Polícia Civil, Michele voltava no seu Fiesta prata 2003 da casa noturna Cafe de la Musique, uma das mais caras e badaladas da cidade -mulheres não pagam para entrar; o ingresso dos homens custa R$ 100.
Conforme o boletim de ocorrência, às 4h a motorista bateu na traseira do carro da PM, que estava parado no sinal vermelho, no cruzamento da rua Henrique Chamma com a avenida Juscelino Kubitschek.
O condutor do veículo, o policial militar Luis Gustavo Teixeira Garcia, 23, e o carona, o também PM Robson de Lima Braz, 25, desceram do carro e foram abordar a publicitária.
Segundo eles, Michele estava alterada emocionalmente e com indícios de que ingerira bebida alcoólica. Como não estava com a CNH e nem com a identidade, foi levada ao DP para fazer o teste do bafômetro -como determina a lei seca.
Um dos soldados guiou o carro dela até o distrito policial. O veículo foi apreendido e liberado após a chegada do pai da publicitária. Na delegacia, contam os policiais militares, ela se recusou a passar pelo bafômetro.
Depois, segundo o boletim de ocorrência, xingou os PMs com palavrões. De acordo com a Polícia Civil, ofendeu ainda o escrivão Joaquim de Souza Zeulli Jr., 37, que registrava a ocorrência de suspeita de embriaguez e colisão, e cuspiu no rosto dele, atingindo também a delegada Daniela Ranna.
Michele ainda teria maltratado todos na delegacia, gritando, dizendo que não era obrigada a ficar ali e que tinha parentes policiais. A reportagem não localizou o escrivão e a delegada para comentarem.
De acordo com o delegado Reinaldo Vicente Castello, titular do 15º DP, a publicitária recebeu voz de prisão em flagrante sob a acusação de desacato.
Michele foi levada a uma sala reservada e vazia da delegacia, para onde vão presos em flagrante. Depois, aceitou ir ao IML (Instituto Médico Legal), onde foi submetida a exame de sangue para verificar se tinha algum nível de dosagem alcoólica. O resultado sai em 30 dias.
Ela foi indiciada por cinco crimes (embriaguez ao volante, resistência à prisão, desacato à autoridade, injúria e ameaça), uma contravenção penal (dirigir sem CNH) e dano patrimonial (ao carro da PM, que pertence ao Estado). Responderá em liberdade. Em caso de condenação, como a pena é de até dois anos, pode ser convertida em serviços à comunidade.


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