|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Publicitária é presa acusada de cuspir em escrivão na delegacia
De acordo com a polícia, ela também foi presa por bater em carro da PM, dirigir sem CNH ou RG e por estar embriagada
Michele Rodrigues Souto foi liberada após ficar quase 12 horas detida e pagar fiança; ela nega acusações e admite apenas ter xingado o policial
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma publicitária de 30 anos
foi presa duas vezes em flagrante, ontem, no Itaim Bibi, área
nobre da zona oeste de São
Paulo. A primeira prisão ocorreu após ela bater seu automóvel num carro da Polícia Militar
durante a madrugada.
Segundo a PM, ela dirigia
embriagada e sem habilitação,
recusou-se a fazer o teste do bafômetro, não portava documento de identidade e xingou
policiais militares. Pela lei seca,
terá de pagar multa de R$ 955
por guiar sob efeito de álcool.
Depois, ela foi presa sob acusação de cuspir num escrivão e
numa delegada do 15º DP, no
Itaim Bibi (zona oeste).
Acusada de desacato à autoridade policial, Michele Rodrigues Souto foi liberada após ficar quase 12 horas detida e pagar fiança no valor de R$ 650.
Ela negou à Folha a maioria
das acusações; admitiu apenas
ter xingado o escrivão.
De acordo com a versão
apresentada pela PM e pela Polícia Civil, Michele voltava no
seu Fiesta prata 2003 da casa
noturna Cafe de la Musique,
uma das mais caras e badaladas
da cidade -mulheres não pagam para entrar; o ingresso dos
homens custa R$ 100.
Conforme o boletim de ocorrência, às 4h a motorista bateu
na traseira do carro da PM, que
estava parado no sinal vermelho, no cruzamento da rua
Henrique Chamma com a avenida Juscelino Kubitschek.
O condutor do veículo, o policial militar Luis Gustavo Teixeira Garcia, 23, e o carona, o
também PM Robson de Lima
Braz, 25, desceram do carro e
foram abordar a publicitária.
Segundo eles, Michele estava
alterada emocionalmente e
com indícios de que ingerira
bebida alcoólica. Como não estava com a CNH e nem com a
identidade, foi levada ao DP para fazer o teste do bafômetro
-como determina a lei seca.
Um dos soldados guiou o carro dela até o distrito policial. O
veículo foi apreendido e liberado após a chegada do pai da publicitária. Na delegacia, contam
os policiais militares, ela se recusou a passar pelo bafômetro.
Depois, segundo o boletim
de ocorrência, xingou os PMs
com palavrões. De acordo com
a Polícia Civil, ofendeu ainda o
escrivão Joaquim de Souza
Zeulli Jr., 37, que registrava a
ocorrência de suspeita de embriaguez e colisão, e cuspiu no
rosto dele, atingindo também a
delegada Daniela Ranna.
Michele ainda teria maltratado todos na delegacia, gritando, dizendo que não era obrigada a ficar ali e que tinha parentes policiais. A reportagem não
localizou o escrivão e a delegada para comentarem.
De acordo com o delegado
Reinaldo Vicente Castello, titular do 15º DP, a publicitária recebeu voz de prisão em flagrante sob a acusação de desacato.
Michele foi levada a uma sala
reservada e vazia da delegacia,
para onde vão presos em flagrante. Depois, aceitou ir ao
IML (Instituto Médico Legal),
onde foi submetida a exame de
sangue para verificar se tinha
algum nível de dosagem alcoólica. O resultado sai em 30 dias.
Ela foi indiciada por cinco
crimes (embriaguez ao volante,
resistência à prisão, desacato à
autoridade, injúria e ameaça),
uma contravenção penal (dirigir sem CNH) e dano patrimonial (ao carro da PM, que pertence ao Estado). Responderá
em liberdade. Em caso de condenação, como a pena é de até
dois anos, pode ser convertida
em serviços à comunidade.
Texto Anterior: Amilton Valente da Silveira (1944-2008): Memórias do "velho tropeiro" gaúcho Próximo Texto: Frases Índice
|