São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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TRAPÉZIO AMAZÔNICO

PF reforça policiamento na fronteira com Peru e Colômbia

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

A Polícia Federal reforçou nesta semana o policiamento na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia, na região conhecida como Trapézio Amazônico, após traficantes de drogas dos três países entrarem em confronto, no oeste do Amazonas, com assassinatos e ameaças de morte nas áreas de divisa.
Os traficantes, segundo a PF, operam no refino de pasta-base de cocaína e na distribuição da droga na fronteira entre Tabatinga (1.105 km de Manaus), Santa Rosa (Peru) e Letícia (Colômbia).
Nos últimos 17 meses, a PF aprendeu 1,3 tonelada de cocaína na região.
O delegado Mauro Sposito, coordenador de Operações Especiais de Fronteiras da PF, disse que o conflito pode ter reflexos no Brasil porque os grupos rivais são responsáveis pelas mortes, em cidades fronteiriças dos três países, de mais de 60 pessoas nos últimos dois anos. "Estamos reforçando os postos de fiscalização para que não ocorram mais mortes."
De acordo com Sposito, os traficantes entraram em confronto após o assassinato do colombiano Antônio Isauro Porras dos Santos, do cartel Los Galleros, no último dia 18, em Cuchillo Cocha, no Peru.
A morte de Santos, diz investigação da Polícia Nacional do Peru, foi encomendada por um rival, o peruano Jair Michhue, que controla grupos de pistoleiros e a distribuição de pasta de cocaína para refino na Colômbia.
Segundo a PF, Michhue mandou matar Santos por acreditar que ele forneceu informações à polícia peruana que levaram à prisão de quatro pistoleiros brasileiros de seu grupo.
Os quatro pistoleiros brasileiros ligados a Michhue, disse Sposito, foram presos por suspeita da morte, em abril, do policial peruano Edgar Montesino. Ele foi morto em Tabatinga quando fazia investigações de combate ao tráfico na região, com apoio da PF. Michhue é apontado pela PF como mandante da morte de Montesino.
Com a morte de Santos, segundo a PF, o traficante peruano Pedro Mendieta, líder de outra quadrilha rival no Peru, anunciou que mataria todo o grupo de Michhue, inclusive os pistoleiros brasileiros presos. Há uma semana, a PF transferiu os brasileiros para Manaus.


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