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Verba para defensor é alvo de investigação
Segundo a polícia, advogados que defendem pessoas sem condições de pagar fraudaram documentos para receber honorários
Golpe, que ocorreu entre 2001 e 2006, tem 40 pessoas investigadas; prejuízo foi de R$ 7 milhões, de acordo com a Procuradoria Geral do Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
investiga um suposto esquema
de desvio de verbas públicas
destinadas ao pagamento de
honorários a advogados que defendem pessoas sem condições
de pagar um defensor (a Assistência Judiciária).
O suposto golpe chega a cerca
de R$ 7 milhões, segundo a Procuradoria Geral do Estado, e
têm advogados na lista de suspeitos e de vítimas. A investigação da polícia, revelada ontem
pelo jornal "O Estado de S.Paulo", atinge cerca de 40 pessoas
em todo o Estado.
De acordo com o governo
paulista, a suposta fraude ocorreu entre 2001 e o início de
2006, período em que o sistema
de pagamento de honorários
foi alterado. Parte do serviço
era feito por uma empresa terceirizada que foi substituída
pela estatal Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo).
Nem a Procuradoria nem a
polícia informaram detalhes da
fraude, mas, em linhas gerais,
os suspeitos conseguiam apresentar à Fazenda ordens judiciais fictícias de pagamento e o
dinheiro era depositado na
conta da suposta quadrilha.
Por envolver pagamentos de
pequeno valor, em média de
R$ 500, a operação foi fragmentada em aproximadamente 14 mil ordens falsas. O governo diz não saber se as pessoas
pertencem ao mesmo grupo.
A fragilidade no sistema de
pagamento já havia sido apontada em 2001. Um funcionário
da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) do interior lançava
ordens fraudulentas e conseguiu desviar cerca de R$ 8.000.
A Procuradoria informou
que o esquema investigado pela
polícia foi detectado por ela. "A
Procuradoria Geral do Estado
aguarda a conclusão das investigações policiais para buscar a
reparação e a recuperação de
todos os prejuízos eventualmente sofridos pelo erário estadual", diz trecho.
O presidente da OAB-SP,
Luiz Flávio D'urso, disse que o
funcionário suspeito de fraude
foi demitido ainda em 2001. Do
novo episódio, disse apenas saber que uma advogada foi vítima. Ele afirmou que o advogado que tiver comprovada participação na fraude será punido.
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