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LUIZ SARAIVA RABELO (1927-2009)
Os múltiplos trabalhos de um corretor em SP
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Morada Nova, cidade no
Estado do Ceará, perdeu
Luiz Saraiva Rabelo quando
ele contava apenas 22 anos.
Foi com essa idade que ele,
sozinho, apeou em São Paulo, pois queria tentar uma vida nova.
No começo, foi uma dureza só, como lembra a mulher,
dona Rina. Luiz arrumou
serviço de copeiro. Tinha,
então, de trabalhar -e dormir- num bar.
Depois, arranjou-se como
contínuo num banco. Foi subindo e subindo de cargo.
Com o tino de comerciante
que tinha, mudou de emprego, passando a viajar frequentemente, vendendo
mercadorias.
Foi então que pediu as
contas e montou uma vendinha. O pequeno estabelecimento acabou virando um
supermercado. Na época da
prosperidade, trouxe a "sobrinhada" toda do Ceará,
conta a mulher.
Mas aí, deu-se uma reviravolta, os negócios não foram
bem, e Luiz perdeu tudo.
"Fomos morar numa casinha no fundo de um quintal",
lembra Rina. Sem nunca desistir, conseguiu depois um
emprego na Fiat, para vender máquinas.
Só que, de novo, não deu
sorte: houve corte, e ele foi
demitido. Decidiu, então,
que seria corretor de imóveis
-começou a trabalhar de casa, até formalizar a nova empresa, a Sérgio Rabelo Imóveis, que leva nome do filho.
"A luta da gente foi muito
grande", recorda-se a mulher. "Trabalhou até o fim."
Morreu domingo, aos 82,
de falência de órgãos. Sofria
de diabetes. Teve três filhos e
sete netos. A missa de sétimo
dia será hoje, às 11h30, na paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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