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Saúde melhora mais na região Nordeste
Todos os Estados apresentaram alta de ao menos 2% no setor, enquanto no país o aumento registrado no período foi de 1,6%
O melhor da região em saúde é Sergipe, com 0,7319, contra 0,7699 do país; o
pior, do Brasil e do NE,
é o Maranhão, com 0,625
DA SUCURSAL DO RIO
Mais de dois terços dos municípios do Nordeste registraram alta no desenvolvimento.
Mas a melhora não tirou a região do nível de desenvolvimento considerado regular
pelo índice da Firjan.
Além da melhora nos dados
de emprego e renda (como
ocorreu em todo o país), os
municípios do Nordeste cresceram acima da média nos índices de saúde. Todos os Estados da região apresentaram
alta de, ao menos, 2% -no país
o aumento foi de 1,6%.
Apesar da melhora, todos os
Estados da região mantêm um
índice de saúde abaixo da média nacional. O melhor da região no setor é Sergipe, com
0,7319, contra 0,7699 do país.
O pior, do Brasil e do NE, é o
Maranhão, com 0,625.
Os técnicos da Firjan atribuíram parte da alta às condições de permanência no programa Bolsa Família do governo federal.
"Aqui temos evidências bastante claras sobre como o Bolsa Família pode ter contribuído para o desenvolvimento do
Nordeste, principalmente na
questão da saúde", disse Patrick Aguiar de Carvalho, chefe da divisão de estudos econômicos da Firjan. "Uma
criança bem alimentada, que
passa a ter acesso a um prato
de farinha ou de feijão acaba
sendo mais forte e reduzindo
a mortalidade infantil."
O Bolsa Família tem como
uma de suas condicionalidades o pré-natal nas beneficiárias gestantes, o que influencia diretamente no índice da
Firjan. O programa também
pode influenciar, dizem especialistas, na redução de mortes por causas evitáveis -incluída aí a desnutrição.
A pesquisadora Mônica Andrade, do Cedeplar (Centro
de Desenvolvimento e Planejamento Regional) da UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais), afirma que a melhora na saúde ter ligação com
o programa é uma "possibilidade, não uma certeza".
Em 2007, ela participou de
uma pesquisa, usando dados
de 2005, que mostrou que o
Bolsa Família ainda não tinha
efeito positivo na melhoria
das condições das famílias beneficiadas pelo programa.
O maior problema identificado fora a falta de monitoramento para cobrar o cumprimento das condicionalidades.
Aumentar o número de
atendimentos no pré-natal,
entretanto, não garante um
serviço de qualidade aos beneficiários, afirma Silvio Furtado, diretor do Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará.
"Houve avanços quantitativos, mas ainda há uma desorganização muito grande no
atendimento primário. O volume de crianças com necessidade de leito de UTI pré-natal
indica que o atendimento
[pré-natal] não está sendo
bem feito", afirma.
Nesta semana, o Ministério
Público ameaçou entrar na
Justiça contra a falta de leitos
de UTI pré-natal em Fortaleza
(CE).
(IN)
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