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"É preciso uma rede de solidariedade"
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o secretário municipal do
Abastecimento de São Paulo, Jilmar Tatto, aproximadamente 700
mil pessoas passam fome na capital paulista. Para resolver o problema, afirma ele, será necessário
criar uma rede de solidariedade
que envolva poder público e sociedade civil.
Folha - O que precisa ser feito para acabar com a fome na cidade de
São Paulo?
Jilmar Tatto - Criar uma rede de
solidariedade que envolva poder
público e sociedade. A cidade é rica e tem todas as condições de banir a fome. Esse é um grande desafio para todos os paulistanos,
não apenas para a prefeitura.
Folha - O senhor, como secretário
do Abastecimento, reconhece que
há fome na cidade?
Tatto - Mais do que como secretário, reconheço como cidadão
que existem bolsões de pobreza
na cidade. Nossos programas para banir a fome [distribuição de
alimentos, desperdício zero nos
mercados e reformulação da merenda escolar" são associados ao
Renda Mínima, que está sendo
implantado nos dez locais mais
pobres da cidade.
Folha - Como combater a fome
diante de tanto desemprego?
Tatto - Para combater a fome de
verdade é preciso ter política econômica de desenvolvimento e geração de renda, e isso não é tarefa
apenas da prefeitura. É preciso
uma ação integrada entre os governo do Estado e federal. Enquanto isso não acontece, é dever
do município tentar diminuir o
sofrimento da população. A Prefeitura de São Paulo está fazendo a
parte dela.
Folha - Pelos cálculos da secretaria, quantas pessoas passam fome
na cidade?
Tatto - Em torno de 700 mil pessoas, um pouco menos de 10% da
população, não têm comida em
quantidade suficiente. Por conta
da mudança da merenda escolar
[as escolas municipais passaram a
servir refeições", aumentou a frequência das crianças na escola.
São 1,3 milhão de crianças pobres
que passaram a comer melhor.
Folha - Em que locais da cidade
havia mais alunos com fome?
Tatto - Tem o centro, o centro
expandido e o fundão da cidade.
O problema é no fundão.
(GA)
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