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VIOLÊNCIA
Policial, que tentou evitar roubo em Cerqueira César, foi assassinado com tiros nas costas; mulher foi ferida por disparos
PM e jornaleiro são mortos em assalto em SP
DO "AGORA"
O policial militar Ricardo Corrêa do Amaral, 33, e o jornaleiro
Vicente Alves de Paula, 46, morreram baleados em um assalto a
uma banca de jornal na rua Peixoto Gomide, no bairro da Consolação (região central de São Paulo),
na noite de anteontem.
Por volta das 19h, o comerciante
Vicente Alves de Paula foi rendido por um assaltante em sua banca de jornais. O jornaleiro tentou
se defender com um revólver 38,
mas acabou sendo assassinado
com três tiros pelo ladrão, que levou o dinheiro da vítima e alguns
produtos da banca.
No momento do assalto, o policial Amaral, que não estava mais a
serviço, chegava ao local para encontrar o colega Claudino Pereira
Júnior, também PM. Ele viu parte
da ação do ladrão. Antes de tentar
abordá-lo, sacou sua arma pessoal e a carteira funcional. No entanto um homem que dava cobertura para o assaltante apareceu
por trás do PM e deu três tiros em
suas costas, antes que ele disparasse, na escadaria que dá acesso à
avenida Nove de Julho.
O cabo Amaral havia saído do
CPA/M-10 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana),
em Santo Amaro (zona sul), e foi
de ônibus até a Peixoto Gomide.
O PM havia combinado encontrar nessa rua o policial Pereira Júnior. O soldado que esperava em
seu carro, a 50 metros da banca,
ouviu os disparos e correu para
ver o que acontecia, mas só encontrou as vítimas caídas. Com a
ajuda de pedestres, levou os dois
homens para o hospital Hospital
Nove de Julho. Ambos morreram
15 minutos depois.
"Conhecia Ricardo havia cinco
anos, éramos vizinhos. Iria com
ele para a igreja se não tivesse
acontecido essa desgraça", disse,
ainda chocado com o crime.
Segundo Pereira Júnior, Amaral
havia procurado amparo na religião para tentar encontrar forças
e ajudar seu filho, de quatro anos,
que sofre de problemas no pulmão. "Ele estava havia um mês na
Comunidade [de Cristo", não havia sido batizado ainda. Eu perdi
uma filha e encontrei o que precisava ali", disse o policial. Os dois
eram vizinhos no Jardim Líbano,
em Pirituba (zona oeste).
"Como ele estava a pé, combinamos de nos encontrar para irmos ao culto das 20h", disse o PM.
A única descrição do assalto
conseguida pela polícia foi dada
por um funcionário do Shopping
Frei Caneca -a poucos quarteirões da banca. Até a tarde de ontem, nenhum suspeito havia sido
preso. Uma agente de turismo
que mora próximo ao local foi ferida no pé durante os disparos.
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