São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001

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VIOLÊNCIA

Policial, que tentou evitar roubo em Cerqueira César, foi assassinado com tiros nas costas; mulher foi ferida por disparos

PM e jornaleiro são mortos em assalto em SP

DO "AGORA"

O policial militar Ricardo Corrêa do Amaral, 33, e o jornaleiro Vicente Alves de Paula, 46, morreram baleados em um assalto a uma banca de jornal na rua Peixoto Gomide, no bairro da Consolação (região central de São Paulo), na noite de anteontem.
Por volta das 19h, o comerciante Vicente Alves de Paula foi rendido por um assaltante em sua banca de jornais. O jornaleiro tentou se defender com um revólver 38, mas acabou sendo assassinado com três tiros pelo ladrão, que levou o dinheiro da vítima e alguns produtos da banca.
No momento do assalto, o policial Amaral, que não estava mais a serviço, chegava ao local para encontrar o colega Claudino Pereira Júnior, também PM. Ele viu parte da ação do ladrão. Antes de tentar abordá-lo, sacou sua arma pessoal e a carteira funcional. No entanto um homem que dava cobertura para o assaltante apareceu por trás do PM e deu três tiros em suas costas, antes que ele disparasse, na escadaria que dá acesso à avenida Nove de Julho.
O cabo Amaral havia saído do CPA/M-10 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana), em Santo Amaro (zona sul), e foi de ônibus até a Peixoto Gomide. O PM havia combinado encontrar nessa rua o policial Pereira Júnior. O soldado que esperava em seu carro, a 50 metros da banca, ouviu os disparos e correu para ver o que acontecia, mas só encontrou as vítimas caídas. Com a ajuda de pedestres, levou os dois homens para o hospital Hospital Nove de Julho. Ambos morreram 15 minutos depois.
"Conhecia Ricardo havia cinco anos, éramos vizinhos. Iria com ele para a igreja se não tivesse acontecido essa desgraça", disse, ainda chocado com o crime.
Segundo Pereira Júnior, Amaral havia procurado amparo na religião para tentar encontrar forças e ajudar seu filho, de quatro anos, que sofre de problemas no pulmão. "Ele estava havia um mês na Comunidade [de Cristo", não havia sido batizado ainda. Eu perdi uma filha e encontrei o que precisava ali", disse o policial. Os dois eram vizinhos no Jardim Líbano, em Pirituba (zona oeste).
"Como ele estava a pé, combinamos de nos encontrar para irmos ao culto das 20h", disse o PM.
A única descrição do assalto conseguida pela polícia foi dada por um funcionário do Shopping Frei Caneca -a poucos quarteirões da banca. Até a tarde de ontem, nenhum suspeito havia sido preso. Uma agente de turismo que mora próximo ao local foi ferida no pé durante os disparos.



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