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CRIME NO QUINTAL
Para Corregedoria, pelo menos quatro agentes pegaram os R$ 2 milhões e três deram cobertura à ação
Sete policiais são acusados por furto na PF
JOSÉ MESSIAS XAVIER
DA SUCURSAL DO RIO
A Corregedoria da Polícia Federal afirma ter identificado ao menos sete agentes federais acusados
de participação no furto de R$ 2
milhões em euros, dólares e reais
da sede da PF no Rio de Janeiro.
De acordo com a apuração,
quatro agentes atuaram diretamente no furto e três deram apoio
à ação. Eles não tinham sido presos até a conclusão desta edição.
Os sete estão entre os 59 policiais da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) e dos
grupos que estavam de plantão no
final de semana do furto. Todo o
grupo foi remanejado para cumprir serviços burocráticos enquanto durar a investigação.
Os quatro que agiram, segundo
a Corregedoria, entraram na DRE
e arrombaram as portas internas
em uma ação simultânea, para
minimizar ao máximo o barulho.
Os dois sacos onde estava o dinheiro foram, presumivelmente,
jogados de uma sacada para a rua.
Esse grupo já teria trabalhado
na DRE e possuiria vínculo com
uma rede de agiotagem no Rio,
que descontou dois cheques supostamente apreendidos pela PF
na rinha onde o publicitário Duda
Mendonça foi preso, em outubro.
Com folhas assinadas pelo dono
do clube onde ocorria a rinha de
galos, o talão teve dois cheques,
um de R$ 15 mil e outro de R$
3.000, descontados no banco.
O ministro da Justiça, Marcio
Thomaz Bastos, disse, em Brasília, que "é prioridade para a PF
elucidar essa situação" e que, para
isso, "estão sendo feitos todos os
esforços e diligências possíveis".
Hoje, o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, reúne-se com o superintendente em exercício no Rio,
Roberto Prel, para receber informações sobre a investigação em
andamento. Prel nega que haja intervenção branca na unidade. "A
presença do diretor-geral no Rio
significa a unidade da Polícia Federal e representa, para nós, um
apoio importante. Não é uma intervenção", disse Roberto Prel.
Lacerda também afirmou que sua
ida ao Rio não é intervenção.
Segundo Lacerda, vem ocorrendo um procedimento de correição na superintendência do Rio,
que agora será iniciado especificamente na DRE. "Nesse procedimento vai-se verificar se existiram
casos anteriores ou se foi uma situação isolada", afirmou, por telefone, de Fortaleza, onde participava de encontro de delegados.
Todos os inquéritos da DRE,
concluídos e em andamento, serão investigados. Volumes de dinheiro, drogas e bens, que constam de autos de apreensão, serão
conferidos, assim como o desempenho de agentes e delegados.
"Não é que haja desconfiança
sobre outros trabalhos da DRE,
mas, como houve o furto, nada
mais natural que a correição", diz
o superintendente em exercício.
Prel também afirmou que a PF
espera reaver o dinheiro e que a
investigação tenta estabelecer um
elo entre a quadrilha e os agentes
responsáveis pelo furto.
A Operação Caravelas desarticulou o grupo acusado de enviar
cocaína para a Europa via Brasil.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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