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Motorista culpa calor e falta de opção de transporte
Temperatura de até 33,4 provocou desistências no Dia Mundial Sem Carro
Quem aderiu à campanha apontou falta de divulgação e incentivos, como
linhas especiais de ônibus ou transporte gratuito
DA REVISTA DA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem optou -ou tentou-
por deixar o carro na garagem
ontem se viu diante de uma série de dilemas, numa cidade onde esse meio de transporte é
dominante. O sábado quente
-com até 33,4, segundo a prefeitura- enterrou os ânimos de
quem pretendia encarar uma
caminhada. A malha viária de
transporte coletivo não sofreu
alteração, o que motivou o uso
do automóvel.
Essas foram as principais observações feitas por pelo menos
30 paulistanos e visitantes nas
ruas de Higienópolis e Jardins
(ambos na zona oeste), sobre o
Dia Mundial Sem Carro.
"Saí de casa com o propósito
de caminhar até a região da
Paulista. Mas o clima está tão
horrível que me desanimou",
disse o empresário Gilberto de
Faria, 37, que percorreu, de
carro, sete quarteirões até o
shopping Pátio Higienópolis.
Moradora de Campinas (SP),
a esteticista Marinês Castelli,
34, veio passar o fim de semana
em São Paulo com os dois filhos, Mariana, 10, e Pedro, 6.
Preferiu deixar o carro a cerca
de 20 quarteirões de distância
da Oscar Freire para andar a pé.
"É uma região agradável. Caminhando, você tem condições de
apreciar detalhes. Sem falar
que é mais saudável para nós e
para o planeta."
Mesmo assim, ela acha que a
prefeitura deveria incentivar as
empresas de transporte pública a criarem linhas especiais, ligando pontos estratégicos, numa data especial como ontem.
Para participar dos jogos Caloríadas, a universitária Maria
Liliana Sozzi, 21, pegou ônibus
e metrô. "Fiz questão de deixar
o carro em casa. Acho importante participar, mas pouca
gente aderiu, porque faltou incentivo", disse. "A prefeitura
deveria, por exemplo, deixar
ônibus e o metrô de graça, criar
linhas específicas para lugares
mais freqüentados."
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) usou transporte público para cumprir a agenda. Foi
de ônibus ao Sesc Paulista, depois de metrô para uma escola
perto da estação Ana Rosa e novamente de ônibus para uma
sinagoga em Higienópolis.
Kassab afirmou que a gratuidade no transporte será estudada para o próximo ano. Já o
governador José Serra (PSDB)
disse que "é uma coisa que tem
que ser vista", pois o custo é alto. "Os ônibus são privados, teria que pagar as empresas. O
próprio metrô tem folha de pagamento alta, mas já tem incentivo de passagem mais barata
aos fins de semana. Isso já foi
um primeiro passo. O resto vamos examinar", afirmou.
(ROBERTO OLIVEIRA, AFRA BALAZINA e DANIELA TÓFOLI)
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