São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2007

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Motorista culpa calor e falta de opção de transporte

Temperatura de até 33,4 provocou desistências no Dia Mundial Sem Carro

Quem aderiu à campanha apontou falta de divulgação e incentivos, como linhas especiais de ônibus ou transporte gratuito

DA REVISTA DA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem optou -ou tentou- por deixar o carro na garagem ontem se viu diante de uma série de dilemas, numa cidade onde esse meio de transporte é dominante. O sábado quente -com até 33,4, segundo a prefeitura- enterrou os ânimos de quem pretendia encarar uma caminhada. A malha viária de transporte coletivo não sofreu alteração, o que motivou o uso do automóvel.
Essas foram as principais observações feitas por pelo menos 30 paulistanos e visitantes nas ruas de Higienópolis e Jardins (ambos na zona oeste), sobre o Dia Mundial Sem Carro.
"Saí de casa com o propósito de caminhar até a região da Paulista. Mas o clima está tão horrível que me desanimou", disse o empresário Gilberto de Faria, 37, que percorreu, de carro, sete quarteirões até o shopping Pátio Higienópolis.
Moradora de Campinas (SP), a esteticista Marinês Castelli, 34, veio passar o fim de semana em São Paulo com os dois filhos, Mariana, 10, e Pedro, 6. Preferiu deixar o carro a cerca de 20 quarteirões de distância da Oscar Freire para andar a pé. "É uma região agradável. Caminhando, você tem condições de apreciar detalhes. Sem falar que é mais saudável para nós e para o planeta."
Mesmo assim, ela acha que a prefeitura deveria incentivar as empresas de transporte pública a criarem linhas especiais, ligando pontos estratégicos, numa data especial como ontem.
Para participar dos jogos Caloríadas, a universitária Maria Liliana Sozzi, 21, pegou ônibus e metrô. "Fiz questão de deixar o carro em casa. Acho importante participar, mas pouca gente aderiu, porque faltou incentivo", disse. "A prefeitura deveria, por exemplo, deixar ônibus e o metrô de graça, criar linhas específicas para lugares mais freqüentados."
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) usou transporte público para cumprir a agenda. Foi de ônibus ao Sesc Paulista, depois de metrô para uma escola perto da estação Ana Rosa e novamente de ônibus para uma sinagoga em Higienópolis.
Kassab afirmou que a gratuidade no transporte será estudada para o próximo ano. Já o governador José Serra (PSDB) disse que "é uma coisa que tem que ser vista", pois o custo é alto. "Os ônibus são privados, teria que pagar as empresas. O próprio metrô tem folha de pagamento alta, mas já tem incentivo de passagem mais barata aos fins de semana. Isso já foi um primeiro passo. O resto vamos examinar", afirmou.
(ROBERTO OLIVEIRA, AFRA BALAZINA e DANIELA TÓFOLI)

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