São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 2002

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CRIME ORGANIZADO

Polícia busca outros integrantes da quadrilha que planejou suposto atentado na Bolsa de Valores de São Paulo

Campinas é palco de apuração sobre bomba

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo procura na região de Campinas, interior do Estado, os outros integrantes da quadrilha que estaria planejando um atentado a bomba contra o prédio da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), na capital, e investiga a origem dos 30 kg de explosivo apreendidos anteontem em um carro.
A ação teria sido executada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), que ontem indiciou por formação de quadrilha a mulher de um dos principais líderes da facção, Petronilha Maria de Carvalho Felício, 51.
A polícia diz que ela, mulher de José Márcio Felício, o Geleião -um dos fundadores do PCC-, negociou por telefone a entrega do carro após ser detida em Presidente Bernardes (589 km da capital), onde o visitava na prisão.
O carro, com 30 kg de gel explosivo e detonadores, foi encontrado na manhã de anteontem no km 91 da rodovia Anhanguera, em Campinas (95 km de SP).
Petronilha e Geleião serão investigados agora pela série de atentados contra postos policiais nos últimos 30 dias, na capital e no interior, onde um PM morreu baleado em um posto.
Há um mês a polícia procurava um carro que o PCC estaria planejando detonar às vésperas da eleição. Somente na semana passada, divulgou o Deic, grampos telefônicos forneceram informações que permitiram pedir a prisão de Petronilha à Justiça.
Ontem, ela se negou a depor na delegacia e disse que apenas irá falar sobre o caso na Justiça. Quatro advogados a acompanharam.
Petronilha e o marido podem ser denunciados ainda por assassinato e tentativa de homicídio por causa da série de atentados recentes contra prédios da polícia, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Ontem, a Secretaria da Segurança Pública do Estado e o Ministério Público informaram que não seriam divulgados trechos dos grampos telefônicos que levaram à descoberta do veículo.
Para a polícia, a carga de explosivos encontrada anteontem no carro pode ter sido furtada ou desviada de pedreiras.

Centrais
Policiais do Deic localizaram ontem, na zona leste da capital, a casa de um suposto integrante do PCC que seria o responsável por montar centrais telefônicas para a facção criminosa.
O dono do imóvel, Renato de Almeida, porém, não estava no lugar quando a polícia entrou, cumprindo um mandado de busca. No interior da casa, a polícia disse ter apreendido um fuzil Ruger com a inscrição "15.3.3." (a posição das letras PCC no alfabeto), um revólver, uma pistola e um crachá de empresa telefônica.
Segundo o Deic, a central telefônica não tem nenhuma ligação com o plano de atentado a bomba descoberto anteontem. (ALESSANDRO SILVA)

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