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CRIME ORGANIZADO
Polícia busca outros integrantes da quadrilha que planejou suposto atentado na Bolsa de Valores de São Paulo
Campinas é palco de apuração sobre bomba
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia de São Paulo procura
na região de Campinas, interior
do Estado, os outros integrantes
da quadrilha que estaria planejando um atentado a bomba contra o
prédio da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), na capital, e
investiga a origem dos 30 kg de
explosivo apreendidos anteontem em um carro.
A ação teria sido executada pelo
PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado), que ontem
indiciou por formação de quadrilha a mulher de um dos principais
líderes da facção, Petronilha Maria de Carvalho Felício, 51.
A polícia diz que ela, mulher de
José Márcio Felício, o Geleião
-um dos fundadores do PCC-,
negociou por telefone a entrega
do carro após ser detida em Presidente Bernardes (589 km da capital), onde o visitava na prisão.
O carro, com 30 kg de gel explosivo e detonadores, foi encontrado na manhã de anteontem no
km 91 da rodovia Anhanguera,
em Campinas (95 km de SP).
Petronilha e Geleião serão investigados agora pela série de
atentados contra postos policiais
nos últimos 30 dias, na capital e
no interior, onde um PM morreu
baleado em um posto.
Há um mês a polícia procurava
um carro que o PCC estaria planejando detonar às vésperas da eleição. Somente na semana passada,
divulgou o Deic, grampos telefônicos forneceram informações
que permitiram pedir a prisão de
Petronilha à Justiça.
Ontem, ela se negou a depor na
delegacia e disse que apenas irá falar sobre o caso na Justiça. Quatro
advogados a acompanharam.
Petronilha e o marido podem
ser denunciados ainda por assassinato e tentativa de homicídio
por causa da série de atentados recentes contra prédios da polícia,
segundo o promotor Roberto
Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Ontem, a Secretaria da Segurança Pública do Estado e o Ministério Público informaram que não
seriam divulgados trechos dos
grampos telefônicos que levaram
à descoberta do veículo.
Para a polícia, a carga de explosivos encontrada anteontem no
carro pode ter sido furtada ou
desviada de pedreiras.
Centrais
Policiais do Deic localizaram
ontem, na zona leste da capital, a
casa de um suposto integrante do
PCC que seria o responsável por
montar centrais telefônicas para a
facção criminosa.
O dono do imóvel, Renato de
Almeida, porém, não estava no
lugar quando a polícia entrou,
cumprindo um mandado de busca. No interior da casa, a polícia
disse ter apreendido um fuzil Ruger com a inscrição "15.3.3." (a
posição das letras PCC no alfabeto), um revólver, uma pistola e
um crachá de empresa telefônica.
Segundo o Deic, a central telefônica não tem nenhuma ligação
com o plano de atentado a bomba
descoberto anteontem.
(ALESSANDRO SILVA)
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