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TRÁFICO
Carga, que pode chegar a uma tonelada, estava em galpão em Campinas; quatro homens foram presos, entre eles um colombiano
PF faz maior apreensão de cocaína em 9 anos
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Polícia Federal realizou ontem em Campinas (95 km de São
Paulo) a maior apreensão de cocaína pura já feita no Estado de
São Paulo nos últimos nove anos.
Segundo o delegado da PF, Wagner Castilho, foram encontrados
cerca de 900 pacotes da droga, o
que representa uma carga que varia de 700 kg a 1.000 kg.
"Maior que esta só me lembro
de outra em Tocantins, de sete toneladas, que aconteceu em 1994",
afirmou o chefe da Delegacia de
Repressão à Entorpecentes da Polícia Federal, Fernando Braga.
O carregamento teria como destino principal os países da Europa, mas também abasteceria
grandes cidades brasileiras, como
São Paulo e Rio, e está avaliado
em cerca de US$ 40 milhões.
O suposto líder dos traficantes,
Luiz Dinei Alviron dos Santos, foi
preso pela Polícia Federal em um
estacionamento no Brás, em São
Paulo. Outros três integrantes da
quadrilha -Nelson de Moura
Benitez, Andson Frides de Melo e
Carlos Boos Filho- foram detidos em Campinas.
O colombiano Juan Carlos Valderrama Castilo, 59, acusado que
participar da grupo, também foi
preso em São Paulo. Segundo a
polícia, Castilo é quem fazia a
ponte entre o Brasil e a Colômbia.
Segundo a PF, Castilo teria ligação
com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O delegado Castilho afirmou
que o entreposto de cocaína descoberto ontem funcionava como
uma empresa de exportação de
"fachada". Segundo o delegado,
até agora nenhuma carga de cocaína havia sido distribuída por
meio da estrutura montada no
galpão do Jardim Santa Mônica.
O local teria sido alugado pelos
traficantes há aproximadamente
seis meses e totalmente reformado para permitir o esquema de
exportação da droga.
"Eles construíram um galpão
com capacidade para armazenar
diversos contêineres e com entradas para caminhões, que seriam
utilizados para o transporte da
droga", disse Castilho.
Além disso, o prédio dispunha
de paredes ocas, que serviam de
esconderijo para a cocaína.
Os pacotes de cocaína apreendidos traziam um selo com a figura
de uma pérola negra e a frase
"cualidad certificada". Segundo
Castilho, esses seriam indícios da
pureza da droga.
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