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Rigor gera lentidão, diz governo
da Reportagem Local
O secretário-executivo nacional do PEA, Nílson Vieira
de Melo, afirma que a demora
na assinatura dos convênios e
na liberação da verba aos municípios ocorre por causa do
rigor com que as análises são
feitas pelo governo federal.
"Há um tempo mínimo para
as coisas acontecerem e estamos apenas no início de um
trabalho, que coincidiu com
um momento de explosão da
dengue em toda a América Latina", diz.
Segundo ele, há cerca de dez
pessoas da Fundação Nacional
de Saúde trabalhando na análise dos pedidos dos municípios.
São analisados, em média, 30
processos por dia.
"É um trabalho imenso
-são 583 municípios só em
São Paulo- e é preciso rigor
na prestação de contas", diz.
Ele sustenta que as prefeituras também têm responsabilidade sobre o atraso das verbas.
Há atraso, diz, porque cidades
que ainda não prestaram contas sobre a primeira parcela do
repasse ficam com a verba do
terceiro repasse congelada.
Há também casos de cidades
que, por estarem com dívidas
junto à União, não podem firmar convênios com o governo
federal -"mais de 100 municípios estão nessa situação".
Melo diz que cerca de 900
convênios foram assinados em
todo o país em 1997 e que a
maioria dos municípios começou a receber a verba em março deste ano.
No entanto, houve um período de cerca de dois meses para
a contratação e o treinamento
de funcionários. "A ação efetiva começou em abril e maio",
diz Melo.
Prioridade
Sobre os 72 municípios paulistas que ainda não receberam
a verba prevista no convênio, a
direção do PEA informa que
há um critério para a distribuição que atende à gravidade da
situação de cada município.
Em primeiro lugar, estão as
cidades que já tiveram casos de
dengue hemorrágica. Depois,
as que tiveram pessoas contagiadas. Por fim, os municípios
que ainda não apresentaram
casos de dengue.
Melo contesta afirmação do
chefe da Vigilância Sanitária de
Franca, Alexandre Augusto
Ferreira, de que a dengue não
será erradicada no Brasil.
"É possível erradicar o Aedes, mas não em curto prazo.
Com muito trabalho, isso será
possível em um período de, no
mínimo, dez anos."
Apesar do risco de crescimento da epidemia durante o verão, dados do ministério mostram uma redução do número de casos em julho e agosto deste ano, comparando com o mesmo período de 97. Foram cerca de 16 mil casos no ano passado -quase o dobro de 98.
(FS)
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