São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997.



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'Infiltração deve ser controlada'

da Reportagem Local

Dino Preti, professor-doutor de língua portuguesa da PUC-SP, afirma que a infiltração do inglês é absurda e deve ser controlada.
Segundo ele, a entrada do inglês no Brasil pode causar danos, mas é difícil de ser evitada. "No começo do século, tudo que era chique era em francês. Hoje, é em inglês."
Ele é contra qualquer movimento para pedir leis que impeçam o uso de palavras em inglês. "Acho que não funciona. É como a ditadura que queria proibir as gírias."
Para Preti, precisa haver uma revalorização da escola. "São forças muito grandes. É preciso reforçar a educação das pessoas."
Para Pasquale Cipro Neto, consultor de português da Folha, pode existir risco de empobrecimento do português se a "infiltração" afetar a estrutura da língua. Ele cita a SP Transportes e o "sabor limão". "Essa não é a ordem do português. É uma inversão."
Segundo Pasquale, algumas pessoas usam palavras sem necessidade. "Alguns dizem que trabalham 'full-time' em vez de tempo integral, por exemplo. Isso é esnobe."
O gramático Napoleão Mendes de Almeida, autor de "Dicionário de Questões Vernáculas", critica o uso abusivo do inglês. "Cartazes na rua, nomes de loja, tudo. Hoje, quase não consigo ler jornal nas seções de economia e informática." Segundo ele, esse abuso pode ser um risco. (LM)












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