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TRÂNSITO
Aparelho apontou excesso de velocidade em carros que trafegavam dentro do limite permitido durante 11 dias
Novo erro de radar anula mais 3.452 multas
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo erro na aplicação de
multas por radares na cidade de
São Paulo foi confirmado ontem
pelo governo José Serra (PSDB).
O problema, desta vez, se refere
a um equipamento fotográfico
que acusou, de forma indevida,
excesso de velocidade em veículos
que estavam dentro do limite.
A falha foi cometida durante 11
dias deste mês e em outubro no
viaduto Vereador José Diniz, no
sentido centro-bairro, sobre a
avenida Professor Vicente Rao, na
zona sul da capital paulista.
As 3.452 multas por excesso de
velocidade registradas nesse local
no período atingido serão canceladas pela CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) -inclusive as que realmente descumpriam a sinalização da via, já que a
falha deixou todas em xeque.
O novo problema foi divulgado
pela administração tucana um dia
depois do anúncio de que um erro
no ajuste dos relógios dos radares
fixos na semana que antecedeu a
vigência do horário de verão levou à aplicação de 9.500 multas irregulares entre os dias 9 e 14 de
outubro -sendo 8.954 de rodízio
e 546 por excesso de velocidade.
A falha eleva a quantidade total
das multas indevidas para quase
13 mil no momento em que a gestão Serra adota um "choque de
fiscalização" para cercar os infratores, com a instalação de novos
aparelhos eletrônicos.
As multas de rodízio praticamente dobraram nos primeiros
dez meses deste ano, chegando a
650 mil. A arrecadação da prefeitura com as autuações de trânsito
deve subir mais de 50% em 2006.
A falha no radar do viaduto Vereador José Diniz ocorreu pela
posição incorreta do aparelho.
No local, há uma faixa de ônibus
à esquerda, onde a CET reduziu a
velocidade máxima de 60 km/h
para 50 km/h no mês passado devido aos atropelamentos. O limite
não foi alterado nas demais faixas.
O radar foi programado para
considerar a velocidade máxima
de 50 km/h -mas só no corredor
de ônibus. O problema é que seu
posicionamento acabou estendendo os mesmos critérios de fiscalização no restante da pista, onde é permitido andar a 60 km/h.
O erro foi verificado nos dias 8,
12, 14, 17, 19, 22, 24, 27 e 29 de outubro e 1º e 3 de novembro.
A CET diz que todos os procedimentos para desconsiderar essas
multas indevidas e os pontos na
carteira serão tomados pelo órgão. Ou seja, os motoristas afetados não precisarão fazer nada.
Eles receberão em casa uma notificação do arquivamento do auto de infração e da penalidade.
A CET também informou ontem que ninguém chegou a pagar
as multas indevidas -inclusive
as do rodízio- porque só foram
enviados os avisos iniciais da autuação, e não os boletos.
Radar da marginal
Um radar fixo instalado na pista
expressa da marginal Pinheiros,
sentido Interlagos-Castelo Branco, depois da ponte do Jaguaré, liderou a lista de multas indevidas
de rodízio e velocidade aplicadas
devido à falha na programação
dos relógios na semana anterior à
mudança do horário de verão.
No total, foi detectado esse tipo
de problema nos radares fixos
instalados em nove pontos da capital paulista. O da marginal Pinheiros, após a ponte do Jaguaré,
concentrou sozinho 46% das
8.954 multas indevidas de rodízio
e 26% das 546 de velocidade.
Isso porque ele ficou mais tempo com a falha -entre 9 a 14 de
outubro-, comprometendo as
multas. Os demais oito pontos
operaram com os relógios incorretos durante dois dias -9 e 10.
Entre eles estão endereços nas
avenidas do Bandeirantes, Indianópolis e 23 de Maio, na zona sul.
O erro no ajuste da hora levou
motoristas que rodavam em uma
hora permitida a receber multa
-enquanto outros que burlavam
a proibição passaram impunes.
Todas as infrações registradas
por esses aparelhos nesse período
serão desconsideradas -inclusive as de velocidade- porque as
falhas no horários que foram registrados já as tornam irregulares.
A empresa Engebras, que controla os radares fixos, admitiu ter
sido responsável pela falha na
programação dos relógios, mas
disse que também foi ela quem tomou a iniciativa de alertar a CET
sobre os erros. Ela informou, pela
assessoria de imprensa, que terá
sua remuneração descontada.
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