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Lula cede 8 aviões da FAB para a TAM
Medida foi tomada, segundo o governo, após ser verificada a incapacidade da companhia aérea de embarcar passageiros
Empresa diz que irá utilizar sete aeronaves, entre elas 3 Boeings; Anac suspendeu venda de passagens pela companhia até domingo
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que praticamente
metade de todos os vôos do país
atrasaram e o caos voltou a imperar nos principais aeroportos, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva mandou a Força
Aérea Brasileira (FAB) ceder
oito aviões -com total de 472
assentos- para fretar vôos da
TAM, apontada como a responsável pela nova crise no setor.
A medida foi anunciada no final da tarde de ontem, quando
os passageiros voltaram a protestar por conta dos atrasos e
lotação dos aeroportos. Em
Cumbica, a polícia teve de ser
acionada para conter tumultos.
Segundo o governo, o uso de
aviões da FAB foi necessário
mediante a incapacidade constatada da empresa de embarcar
seus passageiros e aliviar a crise
nos aeroportos, que atingiu recordes de atrasos nesta semana. A Nova Varig, Ocean Air e
Total Linhas Aéreas também
disponibilizaram aviões.
À noite, a ANAC (Agência
Nacional de Aviação Civil) informou que a situação será normalizada nos aeroportos durante a madrugada e no decorrer do dia de hoje.
Porém oficiais da Aeronáutica e executivos da Infraero tinham a expectativa de que
complicações ocorram ainda
hoje e nos dias 29 e 30 deste
mês, às vésperas do Réveillon.
O governo avalia que 75% dos
problemas da TAM haviam sido sanados durante o dia de ontem, que começou com a suspensão da venda de passagens
até domingo. De seus 600 vôos,
88 atrasaram mais de duas horas. Às 21h30, 22 rotas ainda
apresentavam problemas.
A TAM confirmou que irá
utilizar sete aviões da FAB,
"mediante o devido pagamento". Em nota, disse que a iniciativa irá "amenizar o desconforto dos passageiros", mas não
deu esclarecimentos sobre as
falhas de planejamento e de
venda de passagens que foram
apontadas pela ANAC.
Na quinta-feira, em entrevista na sede da ANAC, o presidente da TAM, Marco Antonio
Bologna, afirmou que os seis
Airbus retirados de operação
para manutenção já tinham
voltado às rotas e que haveria
apenas um efeito dominó para
"reajustar" os atrasos e cancelamentos de dois dias.
O governo admitiu que o Cindacta-2, centro de controle aéreo em Curitiba que cuida do
Sul e parte de São Paulo, enfrentou falta de controladores.
Não houve explicação detalhada sobre as irregularidades
da TAM ou a suposta falta de
aeronaves. Fiscais da Anac verificaram reservas, vendas de
passagens e também o planejamento das rotas. A frota regular
é de 95 aviões, 85 deles em rotas domésticas. A empresa é
responsável por cerca de 50%
do mercado nacional.
Os oito aviões disponibilizados pela FAB têm configurações diferentes. Os 737 tem 40
assentos cada e um deles é conhecido como o "sucatinha",
avião reserva da presidência.
Os 707 têm 140 e 72 assentos
-este último é o antigo "sucatão" e tem uma cabine presidencial na frente. Os quatro C-99 são aviões E-145, da Embraer, com 45 poltronas cada.
A TAM anunciou o fretamento de um Boeing 737 para
fazer a rota Brasília-Confins
(Belo Horizonte). Os dois
Boeings 707 farão três rotas:
Galeão (Rio)-Confins-Salvador-Maceió, Galeão-Brasília e
Galeão-Guarulhos (São Paulo).
Os quatro E-145 farão o trajeto
entre o Galeão e Brasília.
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