Agência mandou interromper comercialização até amanhã; empresa, porém, continuou a oferecer bilhetes em Congonhas e em Cumbica

Representante da companhia aérea acredita que problema será resolvido nos vôos de hoje e diz não ter desobedecido a ordem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de responsabilizar a TAM pelo agravamento da crise aérea, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinou a suspensão das vendas e das reservas de bilhetes aéreos da empresa até amanhã, dia 24, véspera do Natal.
A medida foi anunciada depois que fiscais da agência detectaram problemas nas operações de reserva e de vendas de bilhetes. A suspensão, de acordo com a Anac, tem como objetivo garantir que passageiros presos no aeroporto sejam embarcados antes que mais bilhetes sejam vendidos.
Outro objetivo é melhorar o atendimento prestado aos clientes já prejudicados.
"A Anac constatou que o foco dos transtornos estava centrado no sistema da TAM", disse a nota oficial. Outras empresas aéreas também estão sujeitas à fiscalização e intervenção.
Não houve esclarecimento sobre a prática de overbooking -venda de passagens acima do número de assentos em cada vôo- ou de atrasos visando a lotação de aviões.
Ambos os pontos foram negados pelo presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, anteontem em entrevista ao lado no presidente da Anac, Milton Zuanazzi.

Vendas para o domingo
Apesar de o órgão ter determinado a suspensão da venda de passagens, a companhia aérea continuou a vender, em seus balcões em Congonhas e em Cumbica, bilhetes para o domingo.
Procurado pela Folha, o diretor de relações institucionais da TAM, Paulo Castelo Branco, negou que a empresa estivesse descumprindo a medida. "Continuamos vendendo passagens para o domingo [amanhã] porque acreditamos que resolveremos esse problema dos atrasos nos vôos até amanhã [hoje]", afirmou Branco. Isso, porém, não foi feito até a conclusão desta edição.
Pela manhã, o diretor havia dado outra informação: que caso sobrasse lugar num dos vôos de ontem, a passagem seria vendida. "Isso foi antes de eu saber da nota. É claro que não vamos vender passagem hoje [ontem]", explicou Branco.
Oficialmente, o problema começou na quarta, quando seis aviões foram retirados de operação para manutenção preventiva não programada.




















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