São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 2006

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Jato de ministros decolou irregular

Avião que levava Tarso Genro e Fernando Haddad partiu antes do prazo previsto e sem autorização

Não houve incidente grave, mas o Cindacta-2 registrou o episódio e caberá à Aeronáutica encaminhar uma infração interna

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em pleno auge da crise aérea, o jato da Força Aérea Brasileira que transportava os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Fernando Haddad (Educação) decolou sem autorização na noite de quinta-feira do aeroporto de Bagé, rumo a Porto Alegre.
Ao antecipar seu vôo em 17 minutos sem avisar as autoridades, o jato colocou em risco outros aviões no espaço aéreo da região Sul, onde ocorria controle de fluxo.
Não houve incidente grave, mas o Cindacta-2 registrou o episódio e caberá à Aeronáutica encaminhar uma infração interna. A assessoria do ministro Tarso Genro afirmou que os passageiros não tiveram conhecimento da situação e que a pista de decolagens em Bagé aparentava normalidade.
O problema não foi a decolagem em si, mas a etapa seguinte, quando o vôo entrou em espaço aéreo controlado sem autorização -no caso, o Cindacta-2 que cuida de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e metade de São Paulo.
Ao contrário da normalização do Cindacta-1 apesar do momento de crise, o Cindacta-2 está com a escala apertada e nos últimos dois dias houve controle de fluxo nas decolagens por causa dos problemas em vários aeroportos, especialmente em São Paulo.
O controle aéreo, baseado em Curitiba, foi surpreendido com a chegada do FAB 2524 nas telas de radar na noite de quinta. Imediatamente, questionou a torre do aeroporto de Bagé. A resposta foi que o piloto recebeu autorização para decolar às 19h35, mas decolou antes.
O vôo dos ministros acabou sendo acomodado pelos controladores. A categoria freqüentemente se queixa da "desobediência" de vôos da FAB com autoridades. Em novembro houve um caso em que um Learjet passou raspando em um vôo comercial.
Vôos da FAB têm preferência nos aeroportos quando são designados como Vocom (Vôo de Circulação de Operação Militar), ou seja, missões de defesa nacional. A Aeronáutica afirma que o transporte de autoridades não usa essa prerrogativa. Procurada, a Aeronáutica não se manifestou sobre este caso.


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