|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jato de ministros decolou irregular
Avião que levava Tarso Genro e Fernando Haddad partiu antes do prazo previsto e sem autorização
Não houve incidente grave, mas o Cindacta-2 registrou o episódio e caberá à Aeronáutica encaminhar uma infração interna
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em pleno auge da crise aérea,
o jato da Força Aérea Brasileira
que transportava os ministros
Tarso Genro (Relações Institucionais) e Fernando Haddad
(Educação) decolou sem autorização na noite de quinta-feira
do aeroporto de Bagé, rumo a
Porto Alegre.
Ao antecipar seu vôo em 17
minutos sem avisar as autoridades, o jato colocou em risco
outros aviões no espaço aéreo
da região Sul, onde ocorria controle de fluxo.
Não houve incidente grave,
mas o Cindacta-2 registrou o
episódio e caberá à Aeronáutica
encaminhar uma infração interna. A assessoria do ministro
Tarso Genro afirmou que os
passageiros não tiveram conhecimento da situação e que a
pista de decolagens em Bagé
aparentava normalidade.
O problema não foi a decolagem em si, mas a etapa seguinte, quando o vôo entrou em espaço aéreo controlado sem autorização -no caso, o Cindacta-2 que cuida de Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, Paraná,
Mato Grosso do Sul e metade
de São Paulo.
Ao contrário da normalização do Cindacta-1 apesar do
momento de crise, o Cindacta-2 está com a escala apertada e
nos últimos dois dias houve
controle de fluxo nas decolagens por causa dos problemas
em vários aeroportos, especialmente em São Paulo.
O controle aéreo, baseado em
Curitiba, foi surpreendido com
a chegada do FAB 2524 nas telas de radar na noite de quinta.
Imediatamente, questionou a
torre do aeroporto de Bagé. A
resposta foi que o piloto recebeu autorização para decolar às
19h35, mas decolou antes.
O vôo dos ministros acabou
sendo acomodado pelos controladores. A categoria freqüentemente se queixa da "desobediência" de vôos da FAB
com autoridades. Em novembro houve um caso em que um
Learjet passou raspando em
um vôo comercial.
Vôos da FAB têm preferência
nos aeroportos quando são designados como Vocom (Vôo de
Circulação de Operação Militar), ou seja, missões de defesa
nacional. A Aeronáutica afirma
que o transporte de autoridades não usa essa prerrogativa.
Procurada, a Aeronáutica não
se manifestou sobre este caso.
Texto Anterior: Shoppings e lojas de rua terão horários especiais hoje e amanhã Próximo Texto: Frase Índice
|