São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 2008

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Crise provoca mudanças, mas queda no número de viagens ainda é discreta

DA REPORTAGEM LOCAL

Thiago Pinheiro, 26, produtor musical, mudou de rota. Ele não vai mais para a Califórnia. Optou por ficar em solo brasileiro e suas férias serão na Bahia.
"Já estava comprando as passagens. Aí veio a crise, e eu resolvi não ir aos EUA neste ano."
Já a produtora de moda Luise Federman, 22, não abriu mão da viagem de estudos em Nova York.
"Agimos mais com a emoção que com a razão. E ela vai", diz Adir Federman, 51, engenheiro de sistemas de qualidade, pai de Luise.
Nos bastidores dos embarques e desembarques, operadores apontam para várias direções: viagens foram adiadas, o número de estrangeiros vindo ao Brasil cresceu e parte dos brasileiros que iam ao exterior viajarão pelo Brasil mesmo.
Tereza Ferrari, da operadora de mesmo nome, sentiu a freada no internacional, com cerca de 20 viagens em "stand-by".
Arnaldo Werblowsky, da Freeway, também sofreu o impacto, mas diz já sentir recuperação.
Leonel Rossi, diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens), estima que de 10% a 15% dos turistas migraram para viagens domésticas até agora.
No entanto, para Priscila Bures, gerente de comunicação corporativa da CVC, o aumento no turismo interno é algo típico desta época.

Daqui e de lá pra cá
Levantamento da Embratur aponta aumento médio de 20% na demanda por pacotes nacionais por brasileiros.
Marcelo Barone, diretor comercial da operadora RCA, lembra que uma viagem para um resort no Brasil custava mais do que uma internacional, mas que agora elas se equipararam. "Isso ajuda a aumentar a demanda."
Segundo o Ministério do Turismo, no acumulado deste ano até novembro, os turistas estrangeiros já haviam deixado no Brasil US$ 300 milhões a mais que no ano anterior.
A agência virtual Decolar.com viu crescer entre 70% e 80% a venda de bilhetes aéreos da Argentina para o Brasil, desde o fim de outubro.
Os agentes de viagem concordam que uma vez que o dólar se estabilizou, as vendas voltaram a crescer. E em alguns casos, não havia mais pacote disponível.
"Programas com saída entre 20/12 e 31/1 acabaram até meados de outubro", afirma Barone, da RCA.
(PRISCILA PASTRE-ROSSI, MARINA DELLA VALLE e HELOISA LUPINACCI)


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