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foco
Crise provoca mudanças, mas queda no número de viagens ainda é discreta
DA REPORTAGEM LOCAL
Thiago Pinheiro, 26, produtor musical, mudou de rota.
Ele não vai mais para a Califórnia. Optou por ficar em solo brasileiro e suas férias serão
na Bahia.
"Já estava comprando as
passagens. Aí veio a crise, e eu
resolvi não ir aos EUA neste
ano."
Já a produtora de moda
Luise Federman, 22, não
abriu mão da viagem de estudos em Nova York.
"Agimos mais com a emoção que com a razão. E ela
vai", diz Adir Federman, 51,
engenheiro de sistemas de
qualidade, pai de Luise.
Nos bastidores dos embarques e desembarques, operadores apontam para várias direções: viagens foram adiadas,
o número de estrangeiros vindo ao Brasil cresceu e parte
dos brasileiros que iam ao exterior viajarão pelo Brasil
mesmo.
Tereza Ferrari, da operadora de mesmo nome, sentiu a
freada no internacional, com
cerca de 20 viagens em
"stand-by".
Arnaldo Werblowsky, da
Freeway, também sofreu o
impacto, mas diz já sentir recuperação.
Leonel Rossi, diretor de assuntos internacionais da Abav
(Associação Brasileira das
Agências de Viagens), estima
que de 10% a 15% dos turistas
migraram para viagens domésticas até agora.
No entanto, para Priscila
Bures, gerente de comunicação corporativa da CVC, o aumento no turismo interno é
algo típico desta época.
Daqui e de lá pra cá
Levantamento da Embratur aponta aumento médio de
20% na demanda por pacotes
nacionais por brasileiros.
Marcelo Barone, diretor comercial da operadora RCA,
lembra que uma viagem para
um resort no Brasil custava
mais do que uma internacional, mas que agora elas se
equipararam. "Isso ajuda a
aumentar a demanda."
Segundo o Ministério do
Turismo, no acumulado deste
ano até novembro, os turistas
estrangeiros já haviam deixado no Brasil US$ 300 milhões
a mais que no ano anterior.
A agência virtual Decolar.com viu crescer entre 70%
e 80% a venda de bilhetes aéreos da Argentina para o Brasil, desde o fim de outubro.
Os agentes de viagem concordam que uma vez que o dólar se estabilizou, as vendas
voltaram a crescer. E em alguns casos, não havia mais pacote disponível.
"Programas com saída entre 20/12 e 31/1 acabaram até
meados de outubro", afirma
Barone, da RCA.
(PRISCILA PASTRE-ROSSI, MARINA DELLA VALLE e HELOISA LUPINACCI)
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