|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Ministério pretende frear crescimento da contaminação pela Aids entre as mulheres; pasta vai precisar de verba extra
Camisinha feminina será distribuída
da Sucursal de Brasília
O Ministério da Saúde planeja
distribuir preservativos femininos
entre a população de baixa renda
no ano de 98, em uma tentativa de
refrear o avanço da Aids entre as
mulheres.
Para isso, o ministério vai precisar de recursos extras, já que o orçamento aprovado pelo Congresso
para o ano que vem é inferior ao
que foi gasto em 97 (leia texto nesta página).
O programa de distribuição de
preservativos femininos, da Coordenação de Doenças Sexualmente
Transmissíveis e Aids, é subsidiado pela Unaids (órgão das Nações
Unidas para o combate a Aids).
Decisão
A preocupação maior do ministério é garantir às mulheres de baixa renda o poder de decidir quanto
ao uso do preservativo, de acordo
com o coordenador de Doenças
Sexualmente Transmissíveis e
Aids, Pedro Chequer.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado ontem, o número
de mulheres contaminadas pelo
vírus HIV em relações heterossexuais (22%) empatou com o de homens contaminados em relações
homossexuais (22,01%).
Uma das consequências do aumento de mulheres com Aids é o
aumento de crianças portadoras
do HIV. Somente em 97, foram
notificados 652 casos em que a
criança adquiriu o vírus durante a
gestação.
Uma pesquisa, encomendada
pelo ministério, está sendo feita
pela Unicamp para identificar a
aceitabilidade desse tipo de preservativo em todas as regiões do país.
"Todas as pesquisas realizadas
até agora tiveram como base a cidade de São Paulo. Nós precisamos saber como é a aceitabilidade
nos outros Estados, para traçar a
estratégia de distribuição e, onde
for necessário, fazer as campanhas
educativas", disse Chequer.
As licitações para a compra dos
preservativos femininos serão
coordenadas pela Unaids, que
conseguiu um acordo com os fabricantes, baixando o preço unitário de US$ 2,50 para US$ 0,40.
"A meta é chegar a US$ 0,20 por
preservativo", declarou Chequer.
Os programas de distribuição de
preservativos devem atingir também os sem-terra, índios e presidiários.
Orçamento reduzido
Apesar de o orçamento aprovado para a compra de medicamentos para o tratamento da Aids no
ano de 98 ser inferior ao valor gasto em 97, Pedro Chequer afirmou
que os recursos não vão diminuir.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|